Em Nova York, hoje ouro desce 2,37%, atinge US$ 2.302,90/onça-troy. Nesse mês, subiu 3,12%. Perspectivas baixas, cortes, anúncio de decisão amanhã podem causar mudanças em preços do ouro. Nível altos de estoques, demanda residual, já registrou maior volume. Tendências seguem sendo altas.
A demanda por contratos futuros do ouro diminuiu nesta terça-feira (30), levando a uma queda de mais de 2% nos preços. As solicitações de investidores refletem a incerteza em relação aos próximos movimentos do Federal Reserve (Fed), que anunciará sua decisão sobre os juros amanhã.
Diante das notícias sobre a redução nos preços do ouro, observa-se um comportamento cauteloso em relação às compras de contratos futuros. Os pedidos de investimento estão sendo reavaliados, aguardando uma definição do Fed que possa impactar diretamente as solicitações dos interessados no mercado.
Impacto da demanda nas oscilações do mercado de ouro
Os recentes movimentos no mercado de ouro têm sido influenciados pela procura crescente por segurança, em meio às tensões geopolíticas. O ouro, que teve um desempenho positivo em abril, viu uma queda de 2,37% em Nova York, atingindo US$ 2.302,90 por onça-troy, para entrega em junho. Mesmo assim, no acumulado do mês, o metal precioso registrou alta de 3,12%.
Carsten Menke, do banco Julius Baer, destaca as perspectivas de demanda apresentadas no Conselho Mundial do Ouro, que lançaram luz sobre os fatores impulsionadores dos preços recordes da commodity nas últimas semanas.
A demanda por joias se manteve resiliente, apesar dos preços do ouro mais altos; já a demanda de investimento teve uma redução, devido às saídas de produtos físicos. A compra de barras e moedas permaneceu estável, com a Ásia compensando a fraqueza na Europa e América do Norte. As aquisições dos bancos centrais superaram as expectativas, refletindo um ambiente de demanda sólida.
Os dados revelam uma demanda global de cerca de 1.100 toneladas de ouro no primeiro trimestre deste ano, ligeiramente inferior aos períodos anteriores. Considerando as mudanças nos estoques e a demanda residual para equilibrar oferta e procura, o volume global totalizou cerca de 1.240 toneladas.
Os números indicam um aumento significativo no residual de cerca de 140 toneladas em relação a trimestres anteriores, sugerindo que certos aspectos da dinâmica de preços ainda não têm explicação clara.
A demanda por joias (535 toneladas) permaneceu estável, apesar do aumento nos preços. Regionalmente, a Índia teve forte demanda, compensando a queda na China. Por outro lado, a demanda de investimento (199 toneladas) caiu 30% em relação ao ano anterior, com destaque para uma pequena alta nas compras de barras e moedas na Ásia.
As compras dos bancos centrais (290 toneladas) mantiveram-se elevadas, indicando um interesse contínuo nesse ativo. Ainda assim, o ritmo de crescimento não tem sido tão expressivo quanto o esperado, segundo Menke, do Julius Baer.
Menke destaca a influência da China e dos bancos centrais na sustentação dos preços do ouro em patamares mais elevados. No entanto, pairam dúvidas sobre a capacidade desses atores de impulsionar ainda mais os preços diante do cenário atual. A decisão sobre os próximos movimentos do mercado será conhecida nas próximas semanas.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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