Universidade revela projeção de financiamento hospitalar a deputados. Diretor alerta: hospital já subfinanciado, impactando leitos e casos de urgência.
A implementação da nova Tabela SUS Paulista, que traz mudanças na remuneração dos serviços de saúde fornecidos, pode impactar financeiramente diversas instituições, como o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, que estima um déficit financeiro de R$ 55 milhões em 2024.
O Sistema Único de Saúde Paulista está passando por transformações significativas com a introdução da Tabela SUS Paulista, o que requer uma análise minuciosa dos impactos financeiros e operacionais. É fundamental que todas as instituições de saúde estejam preparadas para as mudanças e busquem estratégias para garantir a sustentabilidade do sistema.
SUS Paulista: Mudanças no Financiamento dos Hospitais
O financiamento dos hospitais, especialmente o Hospital de Clínicas da Unicamp, passou por uma significativa transformação com a implementação do SUS Paulista. Anteriormente, o Sistema Único de Saúde Paulista operava com um teto estabelecido anualmente em R$ 186 milhões, o que correspondia a cerca de R$ 15,4 milhões mensais fixos, independentemente da quantidade de procedimentos realizados. No entanto, com a adoção do SUS Paulista, a forma de remuneração passou a ser baseada nos procedimentos realizados, impactando diretamente no financiamento dos hospitais, como o HC da Unicamp.
A mudança para um modelo de remuneração por procedimento trouxe desafios para o HC da Unicamp, que é conhecido por atender muitos casos de urgência. Estes casos, em sua maioria, são de baixa remuneração e resultam em internações prolongadas, o que acaba por ocupar os leitos do hospital, dificultando a realização de procedimentos mais complexos e melhor remunerados. Esta situação contraria a função original do hospital, que foi projetado para lidar com casos de alta complexidade.
Ao se deparar com a realidade de que a maioria dos casos de urgência poderiam ser tratados em outras unidades de saúde, a direção da área de saúde da Unicamp destaca a importância de priorizar atendimentos de alta complexidade. A superlotação gerada pelos casos de urgência não adequados ao perfil do HC impacta não apenas a capacidade de atendimento, mas também o fluxo de recursos financeiros, tornando essencial um replanejamento para otimizar a utilização dos leitos e recursos disponíveis.
É fundamental buscar soluções que conciliem a atuação do HC da Unicamp como um centro de alta complexidade, mantendo a disponibilidade para casos emergenciais, mas direcionando os recursos de forma mais estratégica. A reflexão sobre a gestão de casos de urgência e a capacidade de encaminhamento para outras unidades de saúde são essenciais para garantir a eficiência operacional e financeira do SUS Paulista, beneficiando tanto o hospital quanto os pacientes atendidos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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