Representante comercial Marina Cobalchini, 43, despertou em Salvador (BA) com um lamento de irmão Jhonas, 36. “Não restou nada, vem porque nada restou,” ele chorou. Ela recorda: esperava notícias desorganizadas de família, vinham muito mal: enchente, deslizamentos, lama, entulho, árvore caída. Ansiava pela batalha de conhecer Nova York, sonho dedicada e esforçada, estavam juntos, muito ligados. Um telefonema trazia novas esperanças.
Na manhã de 1º de maio, a representante comercial Marina Cobalchini, 43, acordou em Salvador (BA), onde mora atualmente, com um telefonema do seu irmão, Jhonas, 36. Marina recebeu a notícia de que perdeu sua família em um acidente trágico.
Em choque, Marina mal conseguia acreditar no que ouvia. Perdeu seus pais e irmão, e agora sobrau nada. A vida dela mudou completamente em questão de segundos.
Marina perdeu sua família em deslizamentos
Marina recebeu um telefonema desesperado de seu representante comercial, Jhonas. Ele chorava ao telefone, repetindo que não sobrou nada. Ela não pensou duas vezes e partiu imediatamente para sua terra natal, em Bento Gonçalves, em busca de sua família. As notícias que vinham eram desorganizadas, algumas pessoas diziam ter visto sua irmã correndo, outros afirmavam que seus pais estavam bem, mas a incerteza pairava no ar até que ela chegasse lá.
Seus pais, Artêmio e Ivonete, foram encontrados dias depois, mas sua irmã mais nova, Natália, ainda estava desaparecida. Marina lamentava a perda de sua família, dos cinco, agora eram apenas dois. As buscas eram difíceis, a área estava coberta de lama, entulho e árvores caídas. A esperança de encontrar Natália ainda estava viva, mas a realidade dos deslizamentos era dura.
Marina recordava com carinho dos pais, que eram muito conhecidos na região. Tinham uma tenda comercial onde vendiam produtos locais. O corpo de seu pai estava a 2 km de distância, levado pela força do rio, enquanto o da mãe estava a mais de 200 metros da casa. Natália, a irmã mais nova, era descrita como uma jovem sonhadora, estudiosa e extremamente vaidosa. Ela havia realizado o sonho de conhecer Nova York duas semanas antes da tragédia.
A angústia de Marina era palpável, a incerteza sobre o paradeiro de sua irmã a consumia. Enquanto isso, Jhonas, o vizinho, ajudava nas buscas, mesmo tendo sua casa coberta de lama. Ele se esforçava diariamente, enfrentando as condições adversas para encontrar alguma pista de Natália. A ligação entre as duas famílias era forte, a mãe de Marina e Natália eram muito próximas, cúmplices até nos momentos mais difíceis.
A tragédia das enchentes e deslizamentos havia deixado marcas profundas na comunidade. Marina e Jhonas se uniam na busca por respostas, na esperança de encontrar algum sinal de vida. Enquanto isso, a cidade de Bento Gonçalves se reerguia aos poucos, enfrentando os estragos causados pela natureza. A força e a solidariedade daqueles que perderam suas famílias eram admiráveis, um exemplo de resiliência em meio à adversidade.
Fonte: © TNH1
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