Geólogos observam ameaças subterrâneas nas redes de ruelas estreitas abaixo de uma cidade italiana, onde ruínas romanas e mansões estão em perigo.
Nápoles é uma cidade vibrante e cheia de contrastes, onde história e modernidade se misturam em um ritmo único. Nas ruas movimentadas, o caos do dia a dia se mescla com a beleza caótica da vida urbana. Carros, motos e pessoas se movimentam como em uma coreografia frenética, criando uma atmosfera única que só pode ser encontrada nesta cidade italiana.
Além do ritmo acelerado das ruas, Nápoles também carrega consigo uma história rica e fascinante. A cidade italiana é um verdadeiro tesouro arquitetônico, com construções que contam séculos de acontecimentos e transformações. Explore cada canto de Nápoles e descubra os segredos que essa cidade milenar guarda, em cada esquina, em cada praça, em cada rua.
Nápoles: a cidade italiana influenciada por séculos de história
Trata-se de uma metrópole ainda influenciada por decisões tomadas há centenas de anos: redes de ruelas estreitas que nenhum urbanista jamais projetaria hoje; escritórios e hotéis modernos encostados em ruínas romanas e mansões centenárias. O que é menos óbvio é que Nápoles também tem um ritmo geológico — e este é o mais poderoso.
Na maioria das vezes, tem uma velocidade quase imperceptível, mas de vez em quando acelera até a catástrofe: uma erupção de lava e rochas que interfere em todas as outras escalas de tempo da cidade. Os vulcões de Nápoles têm um tempo diferente do dos seres humanos — evoluindo ao longo de décadas, séculos ou até mesmo milênios —, por isso pode ser fácil supor que são estáticos. Mas isso está longe de ser verdade.
Ameaças subterrâneas e a presença de vulcões em Nápoles
O Vesúvio é o mais conhecido e famoso por ter destruído Pompeia e Herculano em 79 d.C. Ele se ergue acima da cidade. Mas há outras ameaças subterrâneas aqui, e algumas delas têm muito mais força reprimida. Na verdade, um destes vulcões colossais está dando sinais preocupantes de que está prestes a entrar em erupção — e há centenas de milhares de pessoas vivendo em cima dele.
Para descobrir como é viver e trabalhar ao lado destes verdadeiros ‘monstros’, visitei recentemente Nápoles para fazer um filme para a BBC — e conversei com os geólogos que os estudam e observam 24 horas por dia. Descobri uma cidade que caminha para o desastre, mas ninguém pode dizer ao certo quando ou onde isso vai acontecer.
O desastre geológico de Nápoles: memórias de uma erupção vulcânica
Uma das últimas vezes que Nápoles sofreu um grande evento vulcânico foi há exatamente 80 anos. Em meados de março de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, depósitos de magma e gás que se acumulavam lentamente sob o Vesúvio, começaram de repente a entrar em erupção.
Um médico militar dos EUA, Leander Powers, que estava servindo na Itália na época, descreveu o que viu: ‘Enquanto estávamos terminando o jantar, alguém ligou para dizer que havia fluxos vermelhos de lava gigantescos descendo pelas encostas do Monte Vesúvio… a gente podia ver um brilho no céu. Durante toda a noite e domingo, houve tremores no solo com um tremendo rugido — semelhantes a trovões… As janelas chacoalhavam, e o prédio todo vibrava.’
No dia seguinte, a situação piorou: ‘Os rugidos se tornaram mais frequentes, como o rugido de um leão’, escreveu Powers. ‘Fluxos de lava eram lançados a milhares de metros de altura, e a zona rural ficava iluminada por quilômetros de distância. Muitas vezes, todo o topo da montanha parecia um inferno em chamas.’
O turismo e a memória da erupção do Vesúvio em Nápoles
Um noticiário de televisão da época mostra imagens surpreendentes da nuvem de cinzas gigante, dos turbulentos fluxos de lava e dos prédios desabando. Mais de 20 pessoas morreram. Hoje, o Vesúvio está muito mais silencioso, e o acontecimento catastrófico de 1944 começa a desaparecer da memória coletiva à medida que as gerações mais velhas morrem. Atualmente, o cume é uma atração turística, repleta de ônibus que transportam os.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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