“Em 2021, taxa de mortalidade materna duplicou versus tendência pré-pandemia, relata estudo da Fiocruz. Sistema de Informações sobre Mortalidade: 110 mortes maternais; Sistema de Vigilância Epidemiológica: excesso de mortes, discrepância observados vs esperados. Cenários pandemia: limitado acesso, serviço de saúde. Mortalidade geral: crescente. Indicador: 70% acima da tendência prévia. Gripe: mortalidade materna, aumentou. Sistemas: observados vs esperados, chegou a 110.”
A mortalidade materna mais que dobrou em 2021 em comparação com a tendência pré-pandemia de Covid, de acordo com um novo e inédito estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado nesta segunda-feira (29) na Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. A mortalidade materna é um grande desafio para a saúde pública e requer ação urgente para reverter esse cenário preocupante.
É essencial que políticas públicas direcionadas à saúde materna sejam implementadas para reduzir a taxa de mortalidade e garantir a segurança das mulheres grávidas e puérperas. A taxa de mortalidade de mulheres grávidas e puérperas é um indicador crucial da qualidade da assistência obstétrica no país, e seu aumento exige medidas eficazes para proteger a vida e a saúde dessas mulheres.
Impacto da Pandemia na Mortalidade Materna
O estudo detalhou a análise do crescimento do número de mortes de mulheres grávidas e puérperas em 2020 e 2021, em comparação com os dados de mortalidade materna e de mulheres não grávidas em idade fértil de anos anteriores. Utilizando dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) dos óbitos maternos entre 2015 e 2021 e informações do Sistema de Informações da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sipev-Gripe), foi possível traçar um panorama preocupante.
Em diferentes cenários, foi constatado um excesso de mortes de grávidas e puérperas, totalizando cerca de 3 mil mortes, mesmo considerando um aumento previsto devido à pandemia. Esse indicador acompanhou uma tendência de aumento de 39% na taxa de mortalidade geral durante o período analisado.
Influência da Pandemia na Taxa de Mortalidade Materna
O estudo também revelou que a Covid-19 foi responsável por 60% das mortes maternas em 2021, um salto considerável dos 19% registrados em 2020. O autor do estudo, Raphael Guimarães, destacou que a pandemia restringiu o acesso das mulheres aos cuidados pré-natais, parto e puerpério adequados, fatores que certamente contribuíram para os resultados observados.
A comparação entre a mortalidade de mulheres grávidas e puérperas e a mortalidade geral evidenciou uma discrepância significativa, com as primeiras sendo mais afetadas pela Covid-19 do que o restante da população. Esta disparidade se acentuou à medida que a pandemia se intensificava, conforme apontado pela pesquisa.
Desafios na Redução da Mortalidade Materna
Os dados apresentados no estudo ressaltam a importância de considerar a mortalidade materna como um indicador crucial de desenvolvimento social. Embora a meta da ONU seja reduzir globalmente a taxa de mortalidade materna para menos de 70 mortes a cada 100 mil nascidos vivos até 2030, o Brasil enfrenta um cenário desafiador.
Em 2021, a taxa de mortalidade materna no país atingiu 110 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos, níveis comparáveis aos observados na década de 1980. Os pesquisadores destacam a relação direta entre a mortalidade materna e o acesso limitado aos serviços de saúde, que durante a pandemia se viram sobrecarregados.
Complicações na Gravidez e Covid-19
Estudos anteriores indicam que gestantes infectadas com Covid-19 enfrentam maiores riscos de complicações associadas à doença, em comparação com grávidas não infectadas. Problemas como a necessidade de ventilação e pneumonia são mais comuns em gestantes com Covid-19, ressaltando a importância da atenção e cuidados específicos para esse grupo vulnerável.
Em meio a um contexto de pandemia e desafios na área de saúde materna, a redução da mortalidade materna emerge como uma prioridade urgente, exigindo esforços coordenados e eficientes para garantir melhores condições de saúde para as mulheres grávidas e puérperas.
Fonte: © TNH1
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