No Gaza, últimos três dias sem ajuda humanitária. EUA pressiona Israel: pare ofensiva em Rafah, por Biden. Alimentos e combustível se esgotam. Militares israelenses bloqueiam entrada/saida. Nenhuma caminhão, gerador, água ou electricidade. Movimento restrito em Rafah, passagens fechadas. Nenhuma ajuda entrou em Gaza.
Um número superior a 80 mil indivíduos deixaram a região de Rafah, no sul de Gaza, desde o início da semana, conforme relatado pela ONU nesta quinta-feira (9), ao passo que veículos blindados israelenses se aproximam da área, que tem sido alvo de ataques aéreos frequentes.
A cidade de Rafah enfrenta uma situação crítica, com milhares de deslocados buscando abrigo em locais mais seguros, enquanto a região de Rafah permanece sob intensa pressão devido aos confrontos em curso.
Rafah: Operação na Região de Rafah
A operação na região de Rafah teve início na segunda-feira, quando Tel Aviv ordenou que aproximadamente 100 mil pessoas saíssem da parte leste de Rafah, na região de Rafah, o que foi interpretado como um prenúncio da invasão terrestre. A ONU também alertou que alimentos e combustível estão se esgotando na área de Rafah, que abriga mais de 1 milhão de palestinos, em sua maioria refugiados de outras áreas do norte de Gaza destruídas no conflito. Segundo Martin Griffiths, coordenador de ajuda emergencial da ONU, militares israelenses não permitem que nada entre ou saia da região de Rafah após a tomada das passagens de fronteira com o Egito. De acordo com a ONU, não houve entrada de nenhum caminhão com ajuda humanitária em Gaza entre segunda e quarta-feira.
Situação Crítica em Rafah
O fechamento das passagens implica a escassez de alimentos e combustível na região de Rafah. Isso significa a ausência de caminhões, geradores, água, eletricidade e movimento de pessoas ou mercadorias. Essa situação crítica em Rafah resulta na falta de ajuda humanitária, conforme destacou Griffiths em sua declaração. Os civis em Gaza estão enfrentando escassez de alimentos e sendo impedidos de receber auxílio. A cidade de Rafah está sofrendo com a falta de recursos básicos, enquanto os militares israelenses não permitem a entrada de suprimentos essenciais.
Alerta dos Estados Unidos sobre Rafah
Os Estados Unidos emitiram um alerta nesta quinta-feira para Israel, indicando que uma operação em Rafah poderia fortalecer o grupo islâmico palestino Hamas. A Casa Branca reforçou sua decisão de não fornecer armas ofensivas a Israel caso a ofensiva contra a cidade prossiga. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, enfatizou que uma grande operação em Rafah beneficiaria o Hamas e não Israel, destacando os possíveis impactos negativos para os civis na região.
Posicionamento dos Estados Unidos e Israel
O presidente americano, Joe Biden, ameaçou interromper o fornecimento de certos armamentos ofensivos a Israel se a invasão de Rafah continuar. O porta-voz Kirby ressaltou que as vítimas civis resultantes de uma incursão em Gaza fortaleceriam a narrativa distorcida do Hamas. Ele também mencionou que uma ofensiva em Gaza não contribuiria para o objetivo de Israel de derrotar o Hamas de forma duradoura. O diálogo entre os governos dos EUA e Israel está em andamento, com a suspensão do envio de bombas pesadas sendo confirmada como uma medida já adotada. Netanyahu, por sua vez, reagiu às preocupações levantadas, salientando a necessidade de tomar decisões estratégicas.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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