Megainvestidor da Oaktree não prevê redução das taxas de juros para níveis ‘ultrabaixos’ devido à estabilidade econômica e retorno histórico.
Howard Marks destacou que os juros podem permanecer estáveis nos Estados Unidos, contrariando expectativas de redução do Federal Reserve (Fed). Para ele, essa perspectiva traz estabilidade e previsibilidade para os investidores, o que é crucial em tempos de incerteza econômica.
Manter as taxas de juros estáveis pode incentivar o crescimento econômico saudável e sustentável a longo prazo. Com a manutenção das juros em níveis já praticados, as empresas podem planejar seus investimentos com mais segurança e os consumidores podem se beneficiar de condições financeiras mais estáveis. Dessa forma, a estabilidade das juros favorece um ambiente econômico mais previsível e propício ao desenvolvimento.
Reflexão sobre o futuro das taxas de juros por Oaktree
Segundo Howard Marks, da Oaktree, o cenário econômico dos EUA está favorável, tornando incerto se novos estímulos são necessários. Marks enfatiza sua especialização em ativos estressados, principalmente no segmento de crédito. Ele projeta uma possível redução das taxas de juros pelo Fed, chegando a um nível sustentável em torno de 3%.
Durante a crise de 2007 a 2008, as taxas de juros foram quase zeradas pelo Federal Reserve, antes de um pequeno aumento entre 2016 e o início da pandemia da Covid-19. Entre 2009 e 2021, a taxa média do Fed manteve-se em 0,5%, destacando o período de baixos estímulos.
Marks argumenta que não voltaremos aos extremos de taxas de juros muito baixas, o que ele considera desnecessário. Ele acredita que o novo ambiente com taxas mais altas do Fed pode valorizar os investimentos em crédito, como títulos de alto rendimento e empréstimos seniores, opções que oferecem taxas de juros comparáveis ou superiores ao retorno histórico médio das ações, que gira em torno de 10%.
O investidor destaca os perigos de manter as taxas baixas por longos períodos, alertando para os riscos de criar uma dependência excessiva de estímulos. Marks aponta que as taxas ultra baixas após 2008 influenciaram comportamentos distorcidos no mercado, denominando esse período de ‘tempos fáceis, alimentados por dinheiro fácil’.
Marks observa que os juros em níveis muito baixos podem estimular em excesso a economia, resultando em aumento da inflação. Além disso, tornam ativos de risco mais atrativos do que deveriam ser, sem um prêmio adequado para compensar o aumento do risco, impactando a disponibilidade de capital de forma imprevisível.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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