Manahel Al-Otaibi, 29, chamou fim ao sistema patriarcal saudita de tutela no terrorismo islâmico, usando redes sociais. Tribunal, lei, hijab, crimes cibernéticos, contra-leis: hashtags, fotos indecentes, lojas sem abaya.
Duas organizações de direitos humanos criticaram a decisão de impor uma sentença de 11 anos de prisão a uma ativista dos direitos das mulheres sauditas por um tribunal que julga casos de terrorismo. A treinadora pessoal Manahel al-Otaibi, de 29 anos, foi considerada culpada com base em acusações ligadas à sua escolha de roupas e à expressão de suas opiniões online, declararam a Anistia Internacional e a entidade de direitos humanos ALQST.
Além de garantir as liberdades civis e individuais, é fundamental que a sociedade se una para proteger os direitos de todos os cidadãos, sem discriminação. O respeito aos direitos humanos é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Vale ressaltar a importância de defender os direitos individuais em todas as circunstâncias.
Defendendo Direitos Civis e Individuais
Entre as publicações nas redes sociais de Manahel al-Otaibi, destacavam-se apelos pela abolição do sistema de tutela masculina, bem como vídeos nos quais ela aparecia fazendo compras sem abaya. Segundo diplomatas sauditas, ela foi acusada de ‘crimes de terrorismo‘. Em janeiro, seu julgamento resultou em condenação.
A Arábia Saudita vem detendo dezenas de pessoas, incluindo muitas mulheres, nos últimos anos, em função de postagens feitas nas redes sociais. Manahel al-Otaibi foi uma das primeiras apoiadoras das reformas implementadas pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Ela defendia a liberdade de escolha e expressão, respaldada pelas mudanças promovidas.
Desafiando Normas e Leis
Acusada inicialmente de violar a lei contra crimes cibernéticos, Manahel al-Otaibi enfrentou acusações que incluíam oposição ao sistema de tutela masculina e à legislação do hijab. Sua conduta incluía participação em hashtags críticas a tais leis, além de compartilhar fotos indecentes e desrespeitar a obrigatoriedade do abaya em locais públicos.
O sistema de tutela masculina na Arábia Saudita confere aos parentes da mulher, como pai, irmão, marido ou filho, autoridade para decisões cruciais em sua vida. A irmã de Manahel, Fawzia, também foi alvo de acusações similares, mas conseguiu fugir do país antes de ser interrogada.
O Julgamento e a Sentença
O caso de Manahel al-Otaibi foi encaminhado ao Tribunal Penal Especializado, conhecido por julgar dissidentes de forma questionável e aplicar penas severas. Em janeiro, ela foi condenada a 11 anos de prisão por supostos ‘crimes de terrorismo’, com base na legislação antiterrorismo saudita.
Embora o veredito tenha sido anunciado oficialmente apenas em janeiro, a condenação foi criticada por grupos de direitos humanos, que apontam violações aos princípios de um julgamento justo. A luta de Manahel al-Otaibi destaca as tensões entre os avanços sociais e a limitação dos direitos individuais em determinadas sociedades.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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