Dados de desocupação do 1º trimestre da Pnad Continua, divulgados pelo IBGE: taxa (%) de desocupação (população desocupada / população ocupada + desocupada); dinâmica do mercado de trabalho afeta nível de desocupação; preocupações da autoridade monetária persistem.
O índice de desemprego no Brasil alcançou 7,9% no primeiro trimestre, conforme dados da Pnad Contínua, publicados pelo IBGE nesta terça-feira (29).
O relatório também apontou que houve um aumento no número de pessoas em busca de empregos, refletindo a situação atual do mercado de trabalho no país.
O desemprego no Brasil e as preocupações da autoridade monetária
O desemprego no Brasil fechou o trimestre em março em 8,1%, de acordo com dados do IBGE, ficando abaixo da mediana das projeções. A população desocupada atingiu 8,6 milhões de pessoas, um aumento de 6,7% em relação ao trimestre anterior. Por outro lado, na comparação anual, houve uma diminuição de 8,6%, o que representa uma queda de 808 mil pessoas nessa situação.
A população ocupada registrou um total de 100,2 milhões, com uma redução de 0,8% no trimestre, correspondendo a menos 782 mil pessoas empregadas. Entretanto, em relação ao mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 2,4%, ou seja, mais 2,4 milhões de pessoas com ocupação.
O nível da ocupação, que indica a parcela de pessoas empregadas na população em idade ativa, foi de 57%, representando uma queda de 0,6 ponto percentual em comparação ao trimestre móvel anterior. Por outro lado, em relação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 0,9 ponto percentual nesse indicador.
Apesar de uma leve alta no desemprego, o Banco Central demonstra preocupação com o aquecimento do mercado de trabalho. O dinamismo do mercado de trabalho, com ênfase no crescimento dos rendimentos e da massa salarial, é uma das principais preocupações da autoridade monetária. A contratação em larga escala pode resultar em maiores salários, aumentando os custos para as empresas e, consequentemente, gerando inflação.
A preocupação do Banco Central com a dinâmica do mercado de trabalho reflete na política monetária. Um mercado de trabalho mais aquecido pode impulsionar a inflação, levando o Banco Central a manter ou até mesmo elevar as taxas de juros para controlar esse cenário. Com taxas de juros mais altas, os empréstimos e financiamentos se tornam mais caros, o que pode impactar o consumo e a circulação de dinheiro na economia. É um equilíbrio delicado entre o desemprego e a estabilidade econômica que as autoridades precisam gerenciar com cautela.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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