Clarinha, atropelada em junho de 2000 na capital capixaba, é chamada no Hospital da Polícia Militar com lesão cerebral e substâncias nas vias respiratórias. A Diretoria de Saúde e o Ministério Público estão envolvidos.
Clarinha, a paciente que permaneceu em coma por quase 24 anos, faleceu na última quinta-feira (24) em Vitória (ES). Mesmo após todo esse tempo, sua identidade permanece um mistério para as autoridades locais. Conhecida apenas pelo nome que lhe foi atribuído no hospital, Clarinha foi vítima de um acidente de trânsito em junho de 2000, resultando em graves lesões cerebrais.
Após o acidente, Clarinha permaneceu como uma paciente desconhecida, sem conseguir recuperar a consciência. Sua história de vida e sua identidade verdadeira nunca foram descobertas, tornando-a uma figura enigmática para os funcionários do hospital em que foi atendida. Mesmo após tanto tempo, o mistério que envolve a paciente desconhecida permanece sem solução.
Clarinha: A paciente desconhecida do Hospital da Polícia Militar
Ela chegou em coma e permaneceu nessa condição até o momento de sua morte, conforme relato do médico e coronel reformado Jorge Potratz, responsável pelos cuidados da paciente no Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo por 23 anos. Durante 17 anos, ele esteve diretamente envolvido no tratamento de Clarinha na unidade de saúde.
Nos últimos seis anos, já na reserva, Potratz continuou acompanhando a equipe que cuidava da paciente, apelidada de Clarinha devido à cor de sua pele. ‘Ela era completamente dependente, necessitando de ajuda para tarefas como higiene e alimentação’, destacou o médico. Além da lesão cerebral, Clarinha nunca apresentou qualquer outra condição patológica no hospital.
Atendimento a Clarinha e a fatalidade
Na manhã daquele triste dia, Clarinha vomitou e acabou sofrendo uma broncoaspiração, situação em que substâncias invadem as vias respiratórias. Infelizmente, à noite, a paciente veio a falecer. O coronel Potratz, que tem família composta por esposa e dois filhos, revelou que, ao longo do tempo, Clarinha se tornou parte de sua vida pessoal. ‘Comecei comprando sabonetes e fraldas para ela. Sempre que ia ao supermercado, levava algo para seu quarto’, recordou.
Estimativas apontam que Clarinha teria entre 47 e 48 anos de idade – equivalente a 23 ou 24 anos no momento do acidente que a levou ao hospital. ‘Durante esse tempo, surgiram algumas famílias alegando a possibilidade de Clarinha ser uma pessoa desaparecida. Exames foram realizados e essa hipótese foi descartada’, revelou Potratz. A Polícia Militar informou que o corpo de Clarinha foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML).
Procedimentos após o óbito
A Direção de Saúde da PMES está em contato com os médicos que acompanhavam Clarinha e com o Ministério Público, a fim de adotar as medidas necessárias para o sepultamento da paciente, considerando que ela não possuía qualquer tipo de identificação, conforme comunicado institucional. A história de Clarinha continua envolta em mistério, ressaltando a importância da solidariedade e cuidado no ambiente hospitalar.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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