China anuncia intenção de elevar parceria estratégica com Bolívia, enfatizando relações, comerciais (Brics), interesses estratégicos, infraestrutura (rodovia El Espino-Charagua-Boyuibe), produção e exportação de lítio, usinas e investimentos na Nova Rota da Seda, incluindo terminos de parceiros, interesses e usinas de lítio em Bolívia.
A China e a Rússia avançaram recentemente para fortalecer os laços com a Bolívia, com a visita da chanceler boliviana, Celinda Sosa Lunda. A Bolívia é detentora das maiores reservas de lítio no mundo, um mineral fundamental para a produção de baterias que viabilizam o funcionamento de produtos estratégicos, como veículos elétricos e celulares. A China e a Rússia já estão investindo na exploração do lítio boliviano, reforçando assim a parceria entre os países.
Além do interesse no lítio, a Bolívia também tem despertado a atenção de outras nações devido à sua localização estratégica e recursos naturais diversificados. A Bolívia está se tornando um ponto focal para as potências globais que buscam fortalecer sua presença na região latino-americana, consolidando sua importância no cenário internacional. A cooperação entre os países continuará a ser fundamental para o desenvolvimento sustentável e a prosperidade da Bolívia.
Impulsionando a Parceria Estratégica entre China e Bolívia
Na recente visita da chanceler boliviana a Pequim, que encerrou nesta terça-feira (30), destacou-se o aspecto geopolítico da parceria, ressaltando a importância de fortalecer relações estratégicas contra a suposta ‘hegemonia’ dos Estados Unidos. A estratégia incluiu a possível entrada da Bolívia no grupo dos Brics, um bloco que originalmente era composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que busca expandir sua influência para abranger países com interesses estratégicos para a China.
O presidente boliviano, Luis Arce, membro do Movimento ao Socialismo, liderado por Evo Morales, reforça a relevância da Bolívia nos planos chineses. Isso se tornou mais evidente após a eleição na Argentina, onde o novo governo demonstrou uma postura menos simpática a regimes considerados ‘comunistas’. A recusa do convite para os Brics feito ao país vizinho realça a mudança na dinâmica geopolítica da região.
Um ponto de destaque é a riqueza de reservas de lítio na Bolívia, sendo o segundo país com maior quantidade desse mineral, com 23 milhões de toneladas, logo atrás da Argentina. Isso atraiu investimentos estrangeiros significativos, como o acordo firmado pela empresa chinesa Citic Guoan e a russa Uranium One Group com a estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB) para a exploração de lítio no país. O investimento de US$ 1,4 bilhão na construção de usinas para produção e exportação do mineral reflete a importância estratégica dessa parceria.
Além disso, a Bolívia faz parte da Nova Rota da Seda, um ambicioso programa de investimentos chineses em infraestrutura. Um exemplo desse compromisso é a construção da rodovia El Espino-Charagua-Boyuibe, de 160 km, conectando importantes regiões produtoras no país. O chanceler Wang Yi reforçou o compromisso da China em elevar essa parceria estratégica a um novo nível, em um contexto de oposição à hegemonia e ao bullying de potências globais.
A referência à Carta da ONU como base para a cooperação entre China e Bolívia destaca a busca por equilíbrio e justiça em relações internacionais. No entanto, questões como o apoio da China à Rússia em conflitos como a invasão da Ucrânia levantam questionamentos sobre a coerência desses princípios. A recente visita da chanceler boliviana a Moscou, com o apoio russo à entrada da Bolívia nos Brics, revela os intricados movimentos diplomáticos na região.
A parceria estratégica entre China e Bolívia abre portas para uma cooperação mais estreita em áreas-chave como produção de lítio, investimentos em infraestrutura e estabilidade geopolítica. Essa relação, permeada por interesses mútuos e estratégicos, promete moldar o cenário político e econômico na região, e possivelmente além.
Fonte: @ CNN Brasil
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