Centro de Rio: luta antimanicomial, milhares participaram: mobilização, apresentações culturais: capoeira, blocos, carnaval, coral, roda, samba, saral. Internamentos: psiquiátricos, institutos, reinserção social. Tratamento: ambulatorial, internação, Hospital Psiquiátrico Santa Mônica. Renascer democrático, modelo assistencial.
A praça da Cinelândia, no coração do Rio de Janeiro, foi o cenário de uma significativa mobilização nesta sexta-feira (17) em prol da luta antimanicomial. Os manifestantes se reuniram a partir das 11h e a manifestação perdurou durante toda a tarde, com variadas performances e manifestações culturais. O evento contou com apresentações de capoeira, bloco de carnaval, coral, roda de samba, saral, e outras atrações, reforçando a importância da luta antimanicomial na sociedade.
No segundo momento, a luta contra internamentos forçados e a luta pela liberdade foram temas centrais das discussões entre os participantes. A comunidade unida em luta por reformas na saúde mental demonstrou sua determinação em combater práticas que vão contra manicômios e em promover a luta pela liberdade dos indivíduos. A diversidade de manifestações artísticas e culturais presentes no evento refletiu a pluralidade de vozes engajadas nessa importante luta pela transformação do cenário da saúde mental.
Luta Antimanicomial: Mobilização e Resistência
A mobilização em prol da luta antimanicomial ganha força às vésperas do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado anualmente em 18 de maio. O Núcleo Estadual do Movimento da Luta Antimanicomial (Nemla-RJ) e a Associação dos Cuidadores da Pessoa Idosa, da Saúde Mental e com Deficiência do Estado do Rio de Janeiro (Acierj) convocaram a ação.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, as entidades reforçam a urgência do fim dos manicômios, destacando a necessidade de reformas no sistema de saúde mental. Além disso, lembram a importância do Dia Internacional de Luta Contra à LGBTfobia, celebrado em 17 de maio, para chamar atenção à discriminação presente nesses espaços.
Manicômios, sob diferentes nomes como comunidades terapêuticas, internações compulsórias, abrigos e institutos psiquiátricos, continuam sendo alvo de críticas. A discriminação contra lésbicas nesses ambientes é evidente, refletindo a necessidade urgente de mudanças.
Durante o evento do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, realizado na Cinelândia, no centro do Rio, manifestantes expressaram suas experiências. Uma participante exibia um cartaz com a mensagem impactante: ‘Passei mais de mil dias internada em hospitais psiquiátricos entre os 14 e os 22 anos. A juventude perdida ninguém devolve’.
A presença marcante nas redes sociais, com apoio e manifestações de solidariedade, destaca a importância da luta pelos direitos sociais e de saúde para todos. A psicóloga Paula Pereira ressaltou a relevância desse movimento para o renascer democrático do país e para a livre expressão existencial de cada indivíduo.
Os manicômios, conhecidos por internações de longa permanência, são alvo de críticas por não respeitarem a individualidade dos pacientes. A Lei Federal 10.216/2001, que estabeleceu a Política Antimanicomial, foi um marco nessa luta, priorizando o tratamento ambulatorial e a reinserção social.
Apesar dos avanços, a plena aplicação da lei em todo o Brasil ainda é um desafio. Em Petrópolis, na região serrana fluminense, o fechamento do Hospital Psiquiátrico Santa Mônica em fevereiro deste ano representa um passo importante rumo ao fim dos manicômios no país. A luta antimanicomial continua, impulsionando a busca por um sistema de saúde mental mais humano e inclusivo.
Fonte: @ Agencia Brasil
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