Narges Mohammadi acusa forças iranianas de agressão contra presos: segurança, autoridades, judiciárias, prisões. Áudio tem testemunhos de repressão contra mulheres: mensagem, vigilância, vestuário rigoroso, obrigatório véu, pena de morte.
A ativista iraniana dos direitos das mulheres e vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, Narges Mohammadi, que se encontra sob custódia, será levada a julgamento por acusar as forças de segurança do Irã de cometerem agressões sexuais contra as detentas, conforme divulgado pela AgênciaAFP nesta data.
Espera-se que o julgamento da ativista iraniana Narges Mohammadi traga à tona questões cruciais relacionadas à proteção dos direitos humanos e à liberdade de expressão no Irã, país que tem sido alvo de críticas internacionais devido à sua postura em relação aos ativistas dos direitos das mulheres.
Ativista Iraniana Narges Mohammadi Enfrenta Julgamento por ‘Propaganda Contra o Regime’
De acordo com informações da família da ativista iraniana detida, o julgamento de Narges Mohammadi está previsto para começar no domingo. O processo está relacionado a uma mensagem áudio que ela compartilhou em abril, denunciando uma suposta ‘guerra em grande escala contra as mulheres’ na República Islâmica. As acusações do Ministério Público incluem ‘propaganda contra o regime’, enquanto as autoridades judiciárias iranianas mantêm silêncio sobre o caso.
A família de Narges expressou o desejo de que o julgamento seja público, permitindo que testemunhas e sobreviventes relatem as agressões sexuais perpetradas pelo regime iraniano contra as mulheres nas prisões do país. A ativista e jornalista detida na prisão de Evine, em Teerã, instou as mulheres iranianas a compartilharem nas redes sociais suas experiências de detenção e abusos cometidos pelas autoridades.
Um caso mencionado foi o de Dina Ghalibaf, jornalista e estudante detida após acusar as forças de segurança de tê-la algemado e agredido sexualmente durante uma detenção anterior. Organizações não governamentais reportaram o caso, e Ghalibaf foi posteriormente libertada. Nas últimas semanas, as autoridades iranianas intensificaram a repressão contra as mulheres, incluindo o aumento da videovigilância.
Desde a Revolução Islâmica de 1979, as mulheres no Irã são obrigadas a seguir um código de vestuário rigoroso, que inclui o uso obrigatório do véu em locais públicos. Narges Mohammadi, de 52 anos, está detida desde novembro de 2021, privada do convívio com seu marido e filhos gêmeos que residem em Paris. Ao longo dos últimos 25 anos, ela tem sido alvo de repetidas condenações e prisões devido à sua luta contra a imposição do véu e a pena de morte para as mulheres.
Fonte: @ Agencia Brasil
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