Três sobreviventes Akuntsu resistem no coração da Amazônia, junto ao tronco linguístico Tupi, ao longo de décadas de desmatamento e colonização.
A Amazônia tem sido alvo de pressões e impactos devastadores ao longo dos anos, especialmente por colonizadores e desmatadores. Como resultado, muitas comunidades indígenas foram severamente afetadas, algumas reduzidas a poucos representantes, como é o caso da etnia Akuntsu, que hoje conta com apenas três mulheres para manter viva sua cultura no coração da Amazônia.
Essas mulheres estão lutando para preservar não apenas sua própria identidade, mas também para proteger a biodiversidade única da floresta amazônica, conhecida como o pulmão do mundo. Suas histórias são um testemunho da resistência e da importância de salvaguardar a Amazônia não apenas para as comunidades locais, mas para todo o planeta. Juntos, podemos apoiar esses esforços e garantir um futuro sustentável para essa região vital do nosso planeta.
Proteção da Amazônia e dos Povos Indígenas
Embora as leis tenham sido criadas para proteger a diversidade dos povos indígenas, a demora do Estado em agir impactou severamente os Akuntsu, uma etnia quase extinta que não tem motivos para festejar no Dia dos Povos Indígenas. Consideradas indígenas de recente contato, essas sobreviventes mantêm-se fiéis ao tronco linguístico Tupi, sem dominar o português. Luciana Keller, doutoranda em antropologia pela Universidade de Brasília (UnB), destaca a vulnerabilidade dessas mulheres, habitantes do coração da Amazônia, mais precisamente no arco do desmatamento em Rondônia. Esse território sofreu intensamente com os projetos de colonização ao longo de décadas.
Impactos da Colonização na Amazônia
A colonização e a entrada de não indígenas representaram ameaças constantes para os Akuntsu, contribuindo significativamente para a tragédia que quase os extinguiu. Conflitos entre diferentes coletivos indígenas também tiveram papel crucial no destino desse povo. As mulheres sobreviventes, Pugapia, Aiga e Babawru, carregam consigo as marcas do passado e a dor da perda de sua comunidade. Suas idades não são precisas, mas estima-se que Pugapia tenha cerca de 60 anos, Aiga em torno de 50 anos, e Babawru entre 35 e 39 anos.
Persistência e Resistência na Floresta Amazônica
As mulheres Akuntsu, apesar de todas as adversidades, mantêm viva a ancestralidade e as tradições por meio da interação com a fauna da Amazônia, com foco especial nas aves. Essa conexão íntima com a natureza revela a importância da preservação desse ecossistema vital, conhecido como o pulmão do mundo. Cada atividade diária das Akuntsu gira em torno do cuidado com os animais, uma prática que reflete a sabedoria transmitida de geração em geração.
Legado e Memória do Último Homem Akuntsu
Konibú, o último homem Akuntsu, faleceu em 26 de maio de 2016 aos 85 anos, deixando um legado de resistência e sabedoria. Como cacique e pajé, ele simbolizava a luta e a força do seu povo contra as adversidades impostas ao longo dos anos. Sua partida representou não apenas uma perda para os Akuntsu, mas também para a história da Amazônia e de todos os povos indígenas que lutam pela sobrevivência e preservação de suas culturas únicas.
Fonte: @ Metropoles
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