Banco recorrerá da decisão por danos morais coletivos e riscos ergonômicos, saúde e condições de trabalho.
O Itaú está sendo investigado devido à cobrança intensa de metas. Funcionários de uma filial em São Paulo entraram com ação alegando que foram submetidos a pressão constante para atingir objetivos. A situação levantou questões sobre a prática de cobrança de metas em instituições financeiras.
Os colaboradores afirmam que as exigências excessivas criam um ambiente de trabalho nocivo. A pressão por resultados torna-se insustentável, levando a situações de estresse e ansiedade. É fundamental que as empresas repensem suas práticas em relação à cobrança de metas abusivas para garantir o bem-estar de seus funcionários.
Aprofundando a Complexidade da Cobrança de Metas e seus Impactos
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), a ação civil pública denunciava o banco por estabelecer metas abusivas, submetendo os funcionários a uma pressão por resultados sem precedentes, resultando em exigências excessivas. A falta de medidas protetivas em prol da saúde coletiva dos empregados expunha os trabalhadores a danos morais coletivos significativos. A decisão judicial exigindo que o banco adapte as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos funcionários é crucial para mitigar os riscos ergonômicos e psíquicos decorrentes dessa prática.
Procurado para comentar, o Santander declarou seu respeito à legislação e afirmou ter programas de promoção ao bem-estar e à saúde física e psicológica dos colaboradores. A sentença do juiz determina que o banco emita o Atestado de Saúde Ocupacional, levando em consideração os riscos ergonômicos e/ou psíquicos enfrentados pelos trabalhadores, como transtornos do humor, nervos, raízes nervosas, tecidos moles e neuróticos associados ao estresse, entre outros aspectos.
O descumprimento da decisão resultará em multas significativas para o Santander, reforçando a importância de respeitar as medidas protetivas da saúde coletiva no ambiente de trabalho. A possibilidade de recurso ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região está disponível para ambas as partes envolvidas.
Desdobramentos da Ação e a Exposição dos Trabalhadores
O inquérito civil instaurado para investigar o Santander revelou irregularidades nas cobranças de metas, levando a um total de 68 autos de infração em 19 agências bancárias de Ribeirão Preto. A falta de conteúdo mínimo nos Atestados de Saúde Ocupacional evidenciou a negligência do banco em relação à saúde de seus funcionários, submetendo-os a condições de trabalho prejudiciais.
Durante o processo, o banco alegou ausência de exposição a riscos ocupacionais nas atividades bancárias e justificou a não inclusão desses riscos nos ASOs. No entanto, os depoimentos de ex-funcionários destacaram a natureza agressiva da cobrança de metas, descrevendo a pressão como cruel e constante.
A prática de aumentar consideravelmente as metas estabelecidas, chegando a 200%, evidencia a intensidade da pressão por resultados imposta aos trabalhadores. A exposição pública dos funcionários diante de seus colegas cria um ambiente de competição prejudicial, contribuindo para o agravamento dos riscos ergonômicos e psíquicos presentes no ambiente de trabalho.
A proposta de termo de ajuste de conduta do MPT foi recusada pelo Santander, levando à ação civil pública que visa proteger os trabalhadores dessas condições abusivas. A conscientização sobre os impactos negativos da cobrança de metas excessivas é essencial para garantir um ambiente de trabalho saudável e produtivo para todos os envolvidos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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