Mapa da Desigualdade mostra dados de exclusão e desigualdade nas capitais brasileiras, com indicadores preocupantes de pobreza e desemprego. Michelle Ferreti apresentou na terça-feira.
Salvador, conhecida por sua cultura rica e diversificada, infelizmente também tem um problema grave com relação à violência. A cidade enfrenta uma das maiores taxas de homicídio de jovens entre 15 e 29 anos de idade no Brasil, com uma média assustadora de 322,5 mortes a cada 100 mil habitantes.
A capital da Bahia, Salvador, tem lutado para diminuir esses índices alarmantes, implementando diferentes políticas públicas e ações sociais para proteger a juventude da violência. No entanto, o desafio é grande e exige um esforço conjunto da sociedade e autoridades para garantir um futuro mais seguro e tranquilo para os jovens da região.
Salvador: A Capital da Bahia e a Desigualdade
Os dados, que destacam a grande desigualdade entre as capitais brasileiras, estão disponíveis no Mapa da Desigualdade, recentemente apresentado em São Paulo pelo Instituto Cidades Sustentáveis.
Ao analisar os números do Mapa da Desigualdade, o coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, ressaltou a situação preocupante da capital baiana, Salvador, que enfrenta um sério problema de repressão policial.
De acordo com Abrahão, o índice de letalidade policial é alarmante no estado. ‘Frequentemente, a repressão atinge jovens negros nas metrópoles brasileiras.’ Abrahão destaca que, para a Organização das Nações Unidas (ONU), uma localidade com mais de 10 mortes por 100 mil habitantes é considerada em estado de guerra civil.
Desafios de Salvador: Desigualdade e Exclusão
Essa realidade evidencia a gravidade do problema no Brasil, conforme ressaltou o coordenador do Instituto Cidades Sustentáveis. Além de lidar com altos índices de homicídios juvenis, Salvador ocupa a última posição quando se trata da população vivendo abaixo da linha da pobreza – 11% dos habitantes da capital baiana – e com as taxas de desemprego.
A taxa de desocupação em Salvador alcança 16,7%, sendo a menor registrada em Campo Grande, com 3,4%. O Mapa da Desigualdade é uma análise inovadora que compara 40 indicadores das 26 capitais brasileiras, abordando temas como renda, saúde, educação, habitação e saneamento.
Desigualdade e Representatividade em Salvador
Esse estudo evidencia a enorme desigualdade presente em todo o país, destacando que mesmo as capitais com melhor desempenho nos 40 indicadores não são modelos ideais para o Brasil. ‘É crucial salientar que esses dados não denotam igualdade ou desigualdade em uma cidade, mas sim apontam as disparidades entre as capitais brasileiras,’ enfatizou Abrahão.
Segundo ele, mesmo que Curitiba lidere o ranking de desempenho entre as capitais, isso não significa que seja uma cidade igualitária, nem que não existam disparidades internas. O levantamento também aponta desafios comuns a todas as capitais, como a sub-representação feminina na esfera política.
Michelle Ferreti e a Luta pela Equidade
Michelle Ferreti, co-fundadora do Instituto Alziras, destacou que as mulheres constituem o maior grupo populacional no Brasil. No entanto, são as mais afetadas pela pobreza, desemprego e têm menos acesso à política e ao mercado de trabalho. Para Michelle, a baixa representação feminina na política reflete um cenário de exclusão e ausência de vozes essenciais na tomada de decisões e formulação de políticas públicas.
‘Olhando para as câmaras de vereadores, vemos uma representação limitada. Apenas 16% dos assentos são ocupados por mulheres em todo o país. E, quando consideramos mulheres negras, esse número cai para 6%,’ ressaltou Michelle.
Fortalecimento da Sociedade Civil em Salvador
O Mapa da Desigualdade entre as capitais brasileiras faz parte das ações do Programa de Fortalecimento da Sociedade Civil e dos governos locais para promover cidades mais justas, igualitárias, democráticas e sustentáveis no Brasil. Esse programa tem como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e busca colaborar para o desenvolvimento econômico, equitativo, sustentável, participativo e inclusivo no país.
A iniciativa do Instituto Cidades Sustentáveis faz parte de um projeto de três anos, com o objetivo de elaborar ferramentas e metodologias para atuação nos municípios brasileiros, auxiliando o país a alcançar essas metas globais.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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