Especialistas alertam sobre os riscos da adultização das crianças com produtos skincare sul-coreanos e rotinas complexas de cuidados com a pele.
‘Não podemos ignorar a importância do skincare no dia a dia.’ É fundamental dedicar tempo para cuidar da saúde da nossa pele e entender os benefícios de uma rotina de cuidados bem estruturada. Assim como a skatista e influenciadora Karen Jonz levanta questões sobre pressão estética, também é essencial destacar a relevância de skincare para promover a autoestima e o bem-estar.
Ao incorporar a rotina de cuidados com a pele em nossa vida diária, estamos investindo em nossa saúde e autoconfiança. Encontrar produtos adequados e seguir um ritual de skincare pode fazer toda a diferença no aspecto e na saúde da nossa pele, promovendo uma relação positiva conosco mesmos.
Skincare: Tendência Crescente nas Redes Sociais e seu Impacto
A publicação recente de Karen mostrou a reação animada de sua filha, Sky, ao adentrar uma loja de cosméticos. Karen, renomada tetracampeã mundial do skate, destacou como as embalagens coloridas, brilhos e desenhos nos produtos cosméticos encantam as crianças, mas ressaltou que tais produtos não são apropriados para elas. Este episódio reflete uma faceta da nova tendência nas redes sociais: crianças e adolescentes aderindo à skincare.
Em vários vídeos divulgados principalmente nos Estados Unidos, meninas de 14 anos ou menos compartilham rotinas complexas de cuidados com a pele, incluindo tônicos, água micelar, esfoliantes, hidratantes faciais, ácidos e até produtos antienvelhecimento. Essa prática é inspirada nas elaboradas rotinas de skincare sul-coreanas, conforme apontado por especialistas.
Elisete Crocco, coordenadora de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e Joana Novaes, doutora em psicologia clínica, alertam que essa tendência evidencia uma adultização precoce, promove o consumismo e normaliza o uso de produtos inadequados para crianças. Tal conduta pode prejudicar a saúde da pele, gerando danos a curto prazo.
Crocco adverte que a utilização de ácidos por crianças pode comprometer a barreira de proteção da pele, causando ressecamento e fragilização. A falta de orientação adequada e o uso incorreto de produtos podem levar a sensibilizações, manchas e queimaduras, resultando também em danos psicológicos.
A especialista destaca que, salvo a ingestão de água e o uso de protetor solar, adolescentes não necessitam de rotinas complexas de skincare sem orientação profissional. Geralmente, as primeiras consultas dermatológicas ocorrem na adolescência, principalmente diante de problemas como acne, momento em que se estabelece um tratamento personalizado conforme as necessidades da pele.
Cíntia Gouvea, psicóloga especializada em influência das redes sociais na formação da personalidade, recomenda aos pais intermediar a exposição de crianças a conteúdos de skincare, reforçando a importância da supervisão dos adultos e da consulta a dermatologistas para qualquer prática além dos cuidados básicos de hidratação e proteção solar.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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