Rafael Soares faz nota sobre assassinato de Marielle Franco: Mandante ainda não identificado.êsdep. Domingos Brazão dá depoimento-bomba ao Tribunal de Contas. Rumo na investigação com rigor jornalístico.
As investigações sobre os milicianos no Rio de Janeiro revelam um cenário de violência e impunidade que assusta a população. Os envolvidos em práticas ilegais, que atuam de forma paramilitar, têm aterrorizado as comunidades locais com sua atuação criminosa.
O crescimento dos criminosos conhecidos como milicianos tem sido uma preocupação constante das autoridades, que buscam maneiras de combater esse grupo perigoso que atua à margem da lei. A atuação dos justiceiros tem sido um desafio para as autoridades, que enfrentam dificuldades para desarticular essas organizações clandestinas.
Notas sobre o assassinato de Marielle e a prisão dos Milicianos
É compreensível, afinal, a obra foi publicada em outubro do ano passado –as mortes ocorreram em março de 2018. O curioso é reparar que, menos de 30 páginas depois, Soares volta ao caso com uma menção ao ex-deputado estadual Domingos Brazão.
Depoimento-bomba e a investigação do assassinato de Marielle
O contexto é um suposto ‘depoimento-bomba’ oferecido um mês depois da morte de Marielle à polícia, que implicava como mandantes o ex-policial Orlando Curicica e o vereador Marcello Siciliano. Ficou comprovado que o depoimento era uma farsa, nas palavras do jornalista, arquitetada por Brazão, que era conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
Milicianos: Justiceiros ou Criminosos?
Segundo o autor, o político ‘tinha dois objetivos ao criar a versão fajuta’: prejudicar Siciliano, seu desafeto, e ‘evitar que a investigação do assassinato de Marielle respingasse nele próprio’.Não é exatamente clarividência. Fica patente que a prisão de Brazão pela Polícia Federal no último domingo (24), suspeito de ter planejado o crime ao lado de seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, e do delegado Rivaldo Barbosa, não foi surpresa para o autor do livro.
As defesas dos três detidos negam os envolvimentos de seus clientes no crime. Mas o episódio serve para demonstrar o rigor jornalístico que permeia ‘Milicianos’, uma obra que toma o cuidado de se fundamentar no relato mais objetivo e criterioso possível, sem avançar sinais nem fazer inferências indevidas.
Influência das Milícias no cenário político do Rio de Janeiro
‘O livro não tem nenhum off’, afirma o jornalista, hoje repórter especial do jornal O Globo, em referência a informações passadas por fontes que não querem se identificar. ‘Eu percebi que conseguia montar todo o quebra-cabeças só com peças documentais. Queria um livro-reportagem que expusesse todas as fontes, que não parecesse que estou tentando convencer ninguém, mas sim mostrando como é.’
O panorama que ‘Milicianos’ traça é o do crescimento da milícia no Rio de Janeiro, com gancho em alguns de seus principais personagens –nomes como Marcos Falcon e Adriano da Nóbrega, por exemplo– e grupos organizados como o Escritório do Crime e a Liga da Justiça. Tudo isso a partir, sobretudo, de processos judiciais e documentação da polícia e do Ministério Público, angariados em cerca de 12 anos de acervo reunido pelo autor ao longo de suas apurações.
Impacto do caso Marielle na atuação das Milícias
Observador privilegiado, Soares enxerga o caso Marielle como um divisor de águas, já que finalmente ‘obrigou o Estado a investigar esses caras’. Isso porque quando o perfil de Lessa veio à tona, após sua prisão, o ex-policial já era tratado como lenda no submundo do crime, sem nunca ter sido alvo de processos formais por homicídio –nas palavras de Soares, era um ‘pistoleiro ficha limpa’. Foi esse o gatilho inicial de ‘Milicianos’.
As ocorrências na ficha policial de Lessa provinham, na verdade, de sua época como agente da própria Força na virada do milênio –repleta de bonificações e promoções, numa ‘carreira astronômica’ que, segundo Soares, se baseava em ‘indícios claros de violações de direitos humanos’. É uma situação parecida com a de Adriano da Nóbrega. ‘Eu brinco que o… (texto cortado)
Fonte: © Notícias ao Minuto
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