Ibovespa em alta puxado por Petrobras e Vale, mas a maioria das ações em queda. Câmbio interrompeu rali com intervenção do BC. Aposta em queda de juros nos EUA em xeque.
O cenário do mercado financeiro brasileiro tem sido bastante volátil nas últimas semanas. Após um período de instabilidade, os investidores parecem cautelosos com as oscilações. A busca por segurança tem sido uma constante, com reflexos claros nos principais indicadores econômicos.
É interessante observar como o mercado de capitais tem reagido a essas mudanças recentes. A bolsa de valores tem sido um termômetro importante para medir a confiança dos investidores. Mesmo com a volatilidade do mercado acionário, algumas oportunidades de investimento continuam surgindo. Uma análise cuidadosa das tendências pode ser crucial para aproveitar os momentos de alta e se proteger nos momentos de baixa.
Reflexos do Mercado Financeiro no Ibovespa
Mas vamos aos números:
- O Ibovespa fechou em alta de 0,44%, atingindo 127.549 pontos. Apesar disso, em dois dias da semana e do mês, há uma perda acumulada de 0,75%.
- Entre 86 ações, porém, as gigantes destoaram da maioria em queda. Casos de Petrobras e Vale, cada uma com 12% de participação no Ibovespa.
Ou seja, duas empresas dominam, sozinhas, quase um quarto da composição do índice.
No caso da estatal de petróleo, o risco político vai sendo deixado em segundo plano. Já começam a surgir ataques aos ‘lucros exorbitantes’ da empresa.
Assim, a petroleira foi vista como caminho natural em meio à nova rodada de tensão no Oriente Médio. As ações ordinárias da estatal subiram 2,72%; as preferenciais, 2,58%. Esse movimento foi impulsionado pelos preços do petróleo, próximos de uma máxima em seis meses. No caso da Vale, a situação também é favorável.
Pouco se fala sobre as tentativas recentes do Planalto de escolher um novo presidente. Mas o freio colocado na queda livre dos preços do minério de ferro tem ganhado destaque nos últimos dias. Com base em números mais promissores sobre a atividade econômica da China, as ações da Vale subiram 1,18%.
Impactos Econômicos e Políticos no Mercado Financeiro
- A carteira teórica mais famosa do Brasil movimentou R$ 16 bilhões, 11% abaixo da média diária de R$ 18 bilhões nos últimos 12 meses.
- O preço do dólar teve uma leve queda de 0,01%, chegando a R$ 5,06. A primeira intervenção do Banco Central (BC) no câmbio em 15 meses evitou uma escalada maior da moeda estrangeira. Continuamos próximos da máxima em seis meses.
Segue incerto o início das quedas de juros nos Estados Unidos até junho. Os dados contrariam as expectativas, assim como ocorreu quando as previsões apontavam para março.
Na última sexta-feira (29), o principal indicador de inflação americano mostrou quente preocupante.
No mesmo dia, o presidente do Fed, Jerome Powell, não demonstrou pressa em afrouxar a política monetária. Isso faz sentido, pois a prioridade de uma autoridade monetária é a economia real, não o mercado financeiro. Claro que o mercado é relevante, mas a preocupação principal é garantir o controle da inflação e promover o emprego.
Não há motivo para grandes preocupações nesse sentido. A inflação nos Estados Unidos está em torno de 3% ao ano, acima da meta de 2%, porém mantendo um crescimento econômico de 3%. Nada mal. Além disso, a indústria americana está crescendo novamente após 16 meses.
E, nesse contexto, a transição de janeiro para fevereiro registrou um número significativo de quase 9 milhões de vagas de emprego ociosas nos Estados Unidos.
Portanto, a maior economia do mundo parece muito saudável. Por que então a pressa em reduzir os juros?
Para aqueles que esperam a migração do capital internacional da renda fixa americana para a bolsa brasileira, faz sentido a diminuição dos juros nos EUA.
Desafios e Perspectivas para o Mercado Financeiro
Então, a redução dos juros nos Estados Unidos seria benéfica nesse contexto. No entanto, para aqueles responsáveis por manter a inflação controlada e a economia forte, essa não é uma prioridade, como é o caso do Fed. Ou seja, nem mesmo está na lista de preocupações. Assim, mais um dia de aumento nos prêmios da curva de juros futuros no Brasil.
Atualmente, os 10% ao ano são apontados como o ponto de chegada do ciclo de cortes da Selic, não mais os 9,75% recentes. Espera-se mais dois cortes, um de meio ponto e outro de 0,25 ponto, e a questão estará resolvida:
- Os prêmios nos contratos de curto prazo estão ligados às expectativas dos investidores em relação à Selic.
As Taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiram de 9,93% para 9,94%.
- Para janeiro de 2034, houve um aumento de 11,13% para 11,18%. Quanto mais longo o prazo, maior a influência do risco fiscal.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo