BofA recomenda compra de ações do BB, abaixo do valor justo, apesar de interferências políticas e preço/valor patrimonial.
O Bank of America reiterou seu aconselhamento de ‘compra’ para o Banco do Brasil, mantendo o preço-alvo em R$ 69. Segundo os especialistas do banco dos Estados Unidos, o BB continua desvalorizado, apesar das preocupações do mercado com possíveis intervenções políticas. As ações da instituição bancária estatal registraram uma queda de 1,3% durante o pregão de hoje (12), encerrando o dia em R$ 56,99.
Investir no Banco do Brasil pode ser uma oportunidade interessante para diversificar a carteira, afirma o Bank of America. O BB tem demonstrado resiliência diante de cenários desafiadores, o que o torna uma escolha atrativa para investidores. Dessa forma, acompanhar de perto a evolução das ações do Banco do Brasil pode ser uma estratégia inteligente no atual contexto econômico.
Novo Avaliação do Banco do Brasil pelo BofA
O BofA realizou uma análise minuciosa do Banco do Brasil utilizando a metodologia conhecida como ‘soma das partes’. Nesse sentido, o banco dividiu o BB em quatro segmentos principais: adquirência (que engloba a participação na Cielo), seguros (BB Seguridade), operações na Argentina (Patagônia) e o núcleo bancário local. As participações na Cielo e na BB Seguridade foram valorizadas com base nas cotações de mercado dessas empresas. Já no caso do Patagônia, foi utilizado o múltiplo médio das instituições financeiras listadas na Argentina. Após os devidos descontos, o BofA chegou a uma avaliação de R$ 112 bilhões para o núcleo bancário do Banco do Brasil, representando um múltiplo de 0,7 vezes o preço/valor patrimonial.
Recomendação de Compra e Interferências Políticas
Ao analisar tais níveis de valuation, o Banco do Brasil considera que os mesmos estão significativamente descontados, levando em conta a tendência positiva dos negócios, que registrou um retorno médio sobre o patrimônio de 17,2% nos últimos dois anos. Estima-se que um múltiplo justo estaria mais próximo de 1,1 vez o preço/valor patrimonial, levando em consideração um custo de capital de 16,6%. Assim, fica evidente que o mercado já precifica riscos consideráveis de possíveis interferências governamentais.
A instituição financeira aponta que o núcleo bancário do Banco do Brasil deve apresentar um crescimento de lucro de 20% este ano. Além disso, sugere que as preocupações quanto a interferências estatais podem ser exageradas e, mesmo se confirmadas, seu impacto não seria tão sentido ainda neste ano. O Banco do Brasil tem uma estrutura robusta para se proteger contra interferências, sendo que o governo detém ‘apenas’ 50% das ações, em contraste com 100% detido pela Caixa e pelo BNDES.
Ações do Banco Estatal e Impactos Futuros
Durante o programa ‘Bom pra todos’ no segundo trimestre de 2012, o Banco do Brasil conseguiu conquistar uma maior fatia de mercado em detrimento das instituições financeiras do setor privado, o que pode ter gerado um impacto negativo na rentabilidade um ano posteriormente. Esses movimentos demonstram a competitividade do Banco do Brasil no mercado bancário brasileiro e sua capacidade de se adaptar às condições do setor.
Portanto, a avaliação do Banco do Brasil pelo BofA traz à tona não apenas estimativas financeiras, mas também considerações sobre possíveis interferências políticas, ações do banco estatal e o impacto de tais fatores em sua rentabilidade futura, destacando a importância de se analisar não apenas números, mas também o cenário macroeconômico e político ao redor do Banco do Brasil.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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