Secretaria de Educação de Conselheiro Lafaiete nega suspensão temporária do livro, esclarece abordagem pedagógica e formaliza plano de trabalho para evitar interpretações equivocadas.
A administração municipal de Conselheiro Lafaiete (MG), município situado a aproximadamente 100 quilômetros de Belo Horizonte, comunicou recentemente a ‘pausa temporária’ das atividades relacionadas ao livro ‘O Menino Marrom’, escrito por Ziraldo.
A decisão de interromper temporariamente os trabalhos com a obra literária de Ziraldo gerou discussões na comunidade local, levantando questões sobre a importância da leitura e do acesso aos livros como fonte de conhecimento e entretenimento. A suspensão temporária das atividades relacionadas ao livro ‘O Menino Marrom’ despertou o interesse de diversos grupos e instituições ligadas à promoção da leitura e da literatura.
Livro: Suspensão Temporária da Obra
A decisão de suspender temporariamente o livro foi motivada por reclamações de pais de alunos sobre a obra em questão. Na última quinta-feira (20), a Secretaria de Educação do município emitiu uma nota oficial negando que tenha retirado o livro das escolas. De acordo com a pasta, a suspensão dos trabalhos relacionados à obra tem como objetivo a melhor readequação da abordagem pedagógica, visando evitar interpretações equivocadas.
A suspensão é uma medida temporária para formalizar um plano de trabalho que evite qualquer dupla interpretação ou preocupação dentro da comunidade escolar. A Secretaria Municipal ressalta que não houve censura, mas sim a busca pela liberdade de expressão, pluralidade e respeito a todos os envolvidos. Em nenhum momento foi cogitada a exclusão da obra do rol de livros adotados, buscando promover um debate mais amplo sobre as questões abordadas.
O livro em questão, escrito por Ziraldo em 1986, narra a história da amizade entre dois grandes amigos: o menino marrom e o menino cor-de-rosa. A narrativa descreve momentos de brincadeiras, conversas, desentendimentos e reconciliações entre os personagens, sem que a diferença de cor de pele fosse motivo de discordância. Em uma passagem marcante, o autor relata a recusa de uma idosa em aceitar ajuda do menino marrom para atravessar a rua.
Nos dias seguintes, os amigos observam a idosa seguir seu caminho rumo à igreja, sem trocar palavras. O interesse do menino marrom em observar a idosa diariamente intriga o menino cor-de-rosa, que questiona a motivação por trás desse gesto. A resposta do menino marrom revela uma perspectiva inesperada, demonstrando a complexidade das relações humanas e as diferentes interpretações que podem surgir.
A Secretaria de Educação planeja promover uma live na próxima semana com a comunidade escolar para discutir os temas abordados na obra. Além disso, as unidades escolares realizarão rodas de conversa entre professores e membros da comunidade para esclarecer os pontos levantados. O objetivo é garantir um ambiente de diálogo e reflexão, promovendo uma compreensão mais ampla e aprofundada da obra e de suas mensagens.
Fonte: © CNN Brasil
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