Exagero transformou-se em sinônimo de ostentação, não de elegância. Diferente é coisa e outra. Demanda econômica da época: exagero, moda, influência. Romantismo idealizado: pouco espaço econômico, números, proporções amplas ou rasgadas. Responda silenciosa ao movimento de moda, tempo excesso. Feminino: silêncio e exagero no mercado, espaço econômico e números. Ostentação: demanda, proporções, amplas ou rasgadas, influência, números, mercado, movimento, silêncio.
Tenho algumas fotos da minha infância, mas quase nenhum da minha adolescência. A moda da época era bem diferente do que vemos hoje em dia. A moda dos anos 90 era marcada por cores vibrantes e estampas chamativas, algo que definitivamente marcou aquela geração. Quando nos esquecemos desses momentos, somos salvos pelos registros fotográficos. A moda é uma forma de expressão que atravessa gerações e nos conecta com o passado de maneira única.
Lamento não ter muitos registros fotográficos da minha adolescência para relembrar meu estilo daquela época. O vestuário que usávamos refletia muito sobre quem éramos e o que gostávamos. A moda é uma forma de arte que nos permite contar histórias sem palavras, e cada peça de vestuário carrega consigo memórias e emoções únicas. É incrível como o estilo de uma pessoa pode dizer tanto sobre ela em um simples olhar.
Reflexões sobre a Moda ao Longo dos Anos
A moda é um fenômeno fascinante que reflete não apenas o estilo de uma época, mas também sua demanda econômica e influências culturais. Ao olharmos para os anos de 1980, é impossível não se surpreender com o exagero fashion que dominava as passarelas e as ruas. As roupas daquela época eram marcadas por proporções amplas, cores vibrantes e modelagens ousadas, refletindo um período de intensidade e criatividade.
O romantismo idealizado da princesa Diana, por exemplo, influenciou as mangas bufantes e as peças mais formais da época, enquanto o movimento punk trouxe a rebeldia das roupas rasgadas e desafiadoras. As mulheres, por sua vez, adotaram o estilo das ombreiras e das roupas amplas como uma forma de expressar sua força e presença no mercado de trabalho, em meio a um movimento feminino crescente.
No entanto, a ostentação não era o foco principal da moda naquela época, principalmente devido às limitações econômicas do período. A moda era uma forma de expressão, sim, mas também uma resposta ao contexto vivido, buscando equilibrar a criatividade com a realidade econômica da época.
Atualmente, vemos uma mudança de paradigma com o surgimento do conceito de Quiet Luxury, ou Moda Silenciosa. Essa nova abordagem valoriza a simplicidade, a qualidade e a atemporalidade das peças, em contraste com a ostentação e o exagero do passado. Menos é mais nesse cenário, com consumidores buscando itens de alta qualidade e design refinado, em vez de peças chamativas e ostensivas.
A influência de figuras como Miuccia Prada e personagens como Shivon Roy de ‘Succession’ reflete essa nova mentalidade minimalista, onde a discrição e a elegância falam mais alto do que a ostentação. O mercado de luxo, por sua vez, continua a crescer, impulsionado pela busca por produtos que transmitam status e posicionamento social, mas de forma mais sutil e sofisticada.
À medida que as gerações mudam, as marcas de luxo precisam se adaptar a essa nova realidade, onde o luxo é mais sobre a experiência e a identidade do que apenas sobre a posse material. A mensagem da moda evoluiu, passando de um exagero associado à ostentação para uma elegância discreta e seletiva, que reflete um novo ideal de sofisticação e estilo. A moda, afinal, é um reflexo das transformações sociais e culturais de cada época, e essa mudança de paradigma é apenas mais um capítulo nessa fascinante história.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo