Nutricionista Sophie Deram desmascara mitos sobre alimentação: refeições intermitentes, hidratação durante, misturar leite e manga, contraditórios conselhos em refeições, nutricionismo lurdescente e disseminação pseudocientífica.
‘Mitos’ são crenças populares que podem influenciar nossos hábitos diários, especialmente quando se trata de nutrição. De ‘coma de três em três horas’ a ‘evite gordura’, essas orientações variam amplamente em sua eficácia, e é importante questionar sua validade antes de adotá-las cegamente em nossa rotina alimentar.
Não se deixe enganar por equívocos e ‘ilusões’ quando o assunto é nutrição. Muitas falsas crenças propagadas, como ‘não beba nada durante a refeição‘ ou ‘açúcar é veneno’, podem prejudicar mais do que ajudar. É essencial buscar informações embasadas por pesquisas científicas para separar os mitos das recomendações nutricionais fundamentadas.
Mitos sobre nutrição e alimentação: Separando a verdade das lendas
A internet e as redes sociais, a publicidade, as revistas, a televisão, os perfis de influenciadores digitais e até as orientações de muitos profissionais de saúde estão repletos de mensagens que costumam impor alertas, restrições e ordens sobre o que devemos ou não ingerir para controlar o peso, ser mais saudáveis e viver mais tempo. No entanto, a maior parte dessas diretrizes se baseia em pseudociência, desinformação e sensacionalismo, o que resulta em uma constante mudança de regras, gerando um cenário confuso e ansioso em relação à alimentação.
Lendas nutricionais e falsas crenças: Desvendando os equívocos sobre alimentação
O termo ‘terrorismo nutricional’ tem sido frequentemente usado para descrever a enxurrada de informações contraditórias e ilusões sobre alimentação que nos rodeia. Vivemos em um mundo onde as pessoas se veem cada vez mais perdidas diante das recomendações conflitantes sobre o que é saudável e o que não é. Tudo isso contribui para a disseminação de mitos nutricionais e a perpetuação de convicções erradas que afetam nossa relação com a comida.
Quando se trata de nutricionismo, é essencial reconhecer a importância de uma abordagem mais holística em relação à alimentação. Em vez de simplificar a dieta apenas em termos de calorias e nutrientes, é fundamental considerar o alimento em sua totalidade, levando em conta seu impacto não apenas individualmente, mas também social e cultural na nossa saúde e bem-estar.
Desvendando mitos alimentares: O papel do nutricionismo na disseminação de ilusões
A linguagem utilizada ao descrever os alimentos pode influenciar diretamente nossa percepção sobre eles. Por exemplo, substituir termos como ‘carne e arroz’ por ‘proteína e carboidrato’ reflete uma visão reducionista da alimentação, que muitas vezes simplifica em excesso a complexidade dos alimentos e suas interações em nosso organismo.
Muitas vezes, por trás de advertências como ‘evite’, ‘não consuma’, ou ‘fuja de’, encontramos o interesse comercial de promover produtos, dietas restritivas ou serviços relacionados à saúde. Esses equívocos podem levar a decisões alimentares prejudiciais motivadas por informações imprecisas ou tendenciosas.
Mitos brasileiros sobre alimentação: Desmistificando práticas populares
Ao viver no Brasil por mais de duas décadas, deparei-me com algumas crenças alimentares locais que merecem uma análise mais aprofundada. Por exemplo, a ideia de que não se deve ingerir líquidos durante as refeições é uma convicção amplamente difundida, embora estudos indiquem que a hidratação durante as refeições pode, na verdade, contribuir para um menor consumo alimentar.
Outro mito peculiar que encontrei por aqui é o de que não se deve misturar manga com leite. Essa prática, que carece de fundamentação científica, é muitas vezes atribuída a histórias do período da escravidão no país. No entanto, a falta de evidências para essas e outras falsas crenças destaca a necessidade de questionar e desafiar os mitos que moldam nossas escolhas alimentares.
Diante da proliferação de mitos nutricionais e da influência do nutricionismo na disseminação de informações contraditórias, é fundamental abordar a alimentação com um olhar crítico e baseado em evidências científicas. Ao desvendar os equívocos e ilusões que cercam a nossa compreensão sobre alimentação, podemos cultivar uma relação mais saudável e consciente com a comida.
Fonte: @ Veja Abril
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