Ministro sugere usar reservas de urânio para adquirir minirreatores nucleares, mas custo e lixo nuclear são entraves à proposta mirabolante.
Os minirreatores nucleares estão se destacando como uma alternativa inovadora para suprir demandas energéticas em locais remotos, como a Amazônia. Em vez de depender de térmicas tradicionais a diesel, a proposta de utilizar SMRs tem ganhado apoio de autoridades do setor energético, como o ministro Alexandre Silveira, que recentemente defendeu a ideia em eventos importantes. A possibilidade de adotar tecnologias mais sustentáveis e eficientes para essa região sensível ressalta a importância de explorar soluções inovadoras no campo da energia.
A implementação de minirreatores nucleares como os SMRs representa um avanço significativo rumo a uma matriz energética mais limpa e segura. Com o apoio de especialistas e lideranças do segmento, a transição para fontes energéticas mais sustentáveis se torna cada vez mais viável e promissora. A utilização de tecnologias inovadoras como alternativa às térmicas convencionais demonstra um compromisso com o desenvolvimento sustentável e a redução da emissão de gases poluentes, fortalecendo a busca por soluções que atendam às demandas atuais sem comprometer o futuro do planeta.
Investindo em Minirreatores Nucleares e Exportação de Urânio
Como o Brasil detém a sexta maior reserva mundial de urânio – o combustível nuclear usado pelos reatores de pequeno porte –, a proposta mirabolante de Silveira é impulsionar a exportação em larga escala desse recurso valioso. A ideia é capitalizar com a valorização do urânio no mercado internacional e utilizar os recursos resultantes não apenas para instalar minirreatores nucleares, mas também para fortalecer ‘o sistema elétrico brasileiro’.
‘Temos reservas em urânio no Brasil que valem mais que a Petrobras; isso em reservas já apuradas’, assegurou o ministro em um evento no Rio de Janeiro. Segundo ele, as reservas conhecidas somam cerca de 309 mil toneladas, com o preço atual do urânio na faixa de US$ 88 a libra (equivalente a US$ 165 por quilograma).
Apesar do entusiasmo de Silveira, é importante ressaltar que a Petrobras está avaliada em US$ 100,6 bilhões em valor de mercado, o dobro do potencial em reservas de urânio. No entanto, ele destaca outros benefícios, como os aspectos ambientais, para justificar a instalação dos minirreatores nucleares na Amazônia.
Em um evento recente em Brasília, o ministro reiterou a necessidade de ‘plantar a semente’ para desenvolver a produção de energia nuclear, focando nos pequenos reatores. Ele enfatizou que o Brasil é um dos três países com a cadeia completa do urânio e ressaltou a importância de encarar essa oportunidade com seriedade.
Desafios dos Minirreatores Nucleares na Amazônia e Região Norte
A proposta de substituir as térmicas a diesel dos sistemas elétricos isolados da Região Norte por minirreatores nucleares enfrenta diversos obstáculos. Um dos principais desafios está relacionado à questão do lixo nuclear gerado por esses reatores.
Os sistemas isolados contam com cerca de 230 geradores que consomem 1,08 bilhão de litros de diesel ao ano. Eles atendem 271 localidades na Região Norte, cobrindo aproximadamente 40% do território nacional, com cerca de 3 milhões de consumidores. A maior parte dessas localidades tem baixa densidade demográfica, sendo Boa Vista a exceção, com uma termelétrica a gás que abastece seus 420 mil habitantes.
Apesar dessa extensa cobertura, essas localidades representam apenas 0,6% do consumo nacional de energia elétrica. Diante desse cenário, questiona-se se os benefícios ambientais e financeiros da substituição das térmicas a diesel por minirreatores nucleares são realmente vantajosos. Alternativas mais sustentáveis, como a utilização de geradores a gás, também devem ser consideradas.
Os sistemas isolados geram uma despesa anual de R$ 12 bilhões, sendo o óleo diesel responsável por 80% desses custos. Enquanto isso, um minirreator nuclear pode chegar a custar R$ 500 milhões, dependendo do modelo e da potência. Diante desses números, é essencial avaliar cuidadosamente se a transição para os SMRs é viável economicamente.
O entusiasmo em torno do desenvolvimento dos reatores modulares de pequeno porte trouxe esperanças para a energia nuclear, mas é fundamental analisar com cautela os impactos e custos envolvidos na implementação dessas tecnologias inovadoras.
Fonte: @ NEO FEED
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