Reforma do Questionário do ISE B3 em curso até 2025 com consulta pública, novas resoluções, Regulação ESG. Materialidade financeira e ESG afetam o negócio.
O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) está sendo alvo de uma análise minuciosa pela B3. O processo de revisão foi iniciado recentemente e tem previsão de conclusão em 2025, visando aprimorar a metodologia de seleção das empresas participantes.
O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) é um importante indicador utilizado para avaliar o desempenho das empresas no aspecto da sustentabilidade, levando em consideração critérios econômicos, sociais e ambientais. A implementação de mudanças no questionário do ISE visa tornar o processo de seleção ainda mais transparente e eficaz.
Discussão sobre aspectos do ISE em consulta pública
Em discussão estão aspectos sobre o capital humano, capital social, governança corporativa e alta gestão, meio ambiente, modelos de negócio e inovação, dimensões que formam o índice. A consulta pública é uma parte da primeira grande revisão desde que o índice, criado em 2005, passou por uma mudança de metodologia em 2021.
Até então, ajustes pontuais eram feitos nos questionários setorizados preenchidos pelas empresas – com perguntas de acordo com o tipo de atividade. O processo de revisão do questionário do ISE busca manter o indicador atualizado a outras iniciativas de avaliação ESG existentes no mercado.
A atualização também acontece em meio a uma maior ‘concorrência’ de indicadores que olham para a sustentabilidade das corporações. Entenda mais abaixo.
Novos parâmetros do mercado e resoluções importantes
A revisão do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) ocorre em meio a novas resoluções que precisam ser seguidas, como a Resolução 193 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que orienta a elaboração e divulgação de relatório de informações de sustentabilidade com base no padrão internacional IFRS S1 e S2, do Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (ISSB), na sigla em inglês, que é uma espécie de irmão do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), em inglês.
Cesar Sanches, superintendente de Sustentabilidade da B3, destaca que as novas resoluções serão uma referência central do processo de revisão do questionário ISE, já que o IFRS S1 e S2 adota a ‘materialidade financeira’ (informações de sustentabilidade financeiramente relevantes), um critério mais limitado do que a chamada ‘dupla materialidade’ (como o ESG afeta o negócio e como o negócio afeta o ESG), usado pela União Europeia, pelas empresas brasileiras e, também, pelo ISE.
Aspectos como o de aplicabilidade setorial dos questionários temáticos e de abordagem de uma série de perguntas serão revisados, considerando as iniciativas. A partir dessa nova regulação, aumentará a atenção das empresas à gestão da sustentabilidade e dos aspectos ESG de seus negócios.
Importância do ISE como referência e investimento responsável
Só de 2021 para cá, o ISE, que foi o primeiro índice de sustentabilidade da América Latina e o quarto no mundo, passou a dividir a atenção dos investidores que consideram os critérios ESG na tomada de decisão com o IGPTW, índice que reúne as empresas com melhores práticas no mercado de trabalho, e o IDiversa, criado para ser referência em teses de investimentos baseadas em diversidade, ambos da B3.
Sanches, da B3, observa que cada vez mais o mercado tem necessidade e espaço para índices com múltiplas abordagens e recortes. Ainda assim, diz ele, o ISE se mantém relevante não só pela metodologia, mas pela consistência na tese e na transparência nos resultados. A mudança de metodologia em 2021 trouxe a divulgação pública das notas das empresas que aplicaram para participar do índice.
Considerando a mais recente carteira, em vigor desde 2 de janeiro, a colocação das dez companhias com melhores notas em 2024 é a seguinte…
Fonte: @ Valor Invest Globo
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