Novos regulamentos da CVM exigem transparência na remuneração de assessores de investimento, levantando debate sobre comissão vs. fee based.
Em breve, o mercado de consultorias financeiras poderá vivenciar mudanças significativas que beneficiarão diretamente os consumidores. A implementação da resolução CVM 179, marcada para 1º de novembro, promoverá maior transparência no modelo de negócio das assessorias de investimentos. Essa novidade tende a melhorar a relação entre assessores e clientes, proporcionando um ambiente mais claro e colaborativo para as decisões financeiras.
Com a nova regulamentação, será fundamental que as empresas de consultoria financeira revisem sua estrutura de negócio para se adaptar ao novo modelo de operação. A transparência no esquema de trabalho dos assessores de investimento se tornará imprescindível, fortalecendo a confiança dos investidores em relação aos serviços prestados. Essa mudança inevitável trará benefícios tanto para as assessorias quanto para aqueles que buscam orientação especializada em investimentos.
Novas abordagens no Modelo de Negócio das Assessorias de Investimento
Diante das recentes mudanças que impactam o setor, surge uma discussão relevante que pode provocar transformações significativas no modelo de negócio das assessorias de investimento, levando muitas delas a reavaliar suas estratégias. A questão central que surge é: qual a melhor forma de remunerar o investidor – por comissão ou taxa anual? Ou será que existe um modelo mais adequado para cada perfil de investidor?
Atualmente, a maioria esmagadora do setor opera com um esquema de remuneração baseado em comissões, em que os profissionais recebem pela distribuição de produtos vendidos, sem que o cliente tenha clareza sobre o valor exato pago. No entanto, aos poucos, as assessorias de investimento estão explorando a modalidade fee based, já adotada por family offices e consultorias. Nesse modelo, a remuneração é derivada de uma taxa anual sobre o montante gerido ou consultado.
Desde 2020, apenas a XP, entre as grandes plataformas, oferece a opção do fee based às assessorias de investimento. O BTG Pactual anunciou planos de lançar esse modelo em breve, enquanto o Safra ainda não se pronunciou sobre o assunto. As novas exigências de transparência do mercado têm levado diversos escritórios a considerar a adoção da cobrança por taxa anual, de acordo com fontes do setor.
Alguns escritórios já implementaram essa estratégia e começam a colher os frutos. A Fractal Investimentos, por exemplo, conectada à XP e com R$ 2,3 bilhões sob custódia, adota o fee based há três anos, tendo 55% de sua carteira nesse formato. Segundo Bernardo Martins, diretor comercial da Fractal, a transparência e a proposta de um serviço mais abrangente são vantagens evidentes desse modelo.
A escolha entre os modelos de remuneração não apenas reflete a estratégia de atendimento ao cliente, mas também a estrutura de negócio de cada assessoria. Em um cenário marcado pela alta da taxa de juros e competição com produtos bancários, muitas empresas têm visto suas margens reduzidas, o que tem impulsionado a busca por alternativas para garantir a rentabilidade, como a adoção do fee fixo.
Filipe Medeiros, CEO da consultoria AAWZ, destaca essa tendência de migração para o fee fixo como uma forma de estabilizar a rentabilidade em momentos de instabilidade no mercado. A Faz Capital, por exemplo, empresa ligada à XP com R$ 3,8 bilhões sob assessoria, adotou o fee based logo que o modelo foi oferecido por Guilherme Benchimol. Atualmente, 16% de seus clientes optam por esse esquema, buscando uma receita mais previsível e estratégias de crescimento bem definidas.
Fonte: @ NEO FEED
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