Índices encerram em queda; dados de inflação de março superam estimativas, levantando preocupações sobre corte de juros e balanço trimestral.
Após oscilarem durante o pregão e flutuarem ao longo do dia, os mercados europeus fecharam a quarta-feira (10) com uma pequena variação positiva, mantendo-se próximos da estabilidade. A volatilidade dos ativos reflete a preocupação dos investidores com a situação econômica e as perspectivas de juros, influenciando as decisões de compra e venda no mercado.
A atenção dos analistas está voltada para possíveis mudanças nas taxas de juros praticadas pelos bancos centrais, fator determinante para o comportamento dos mercados financeiros. A expectativa em relação aos próximos movimentos das taxas de juros pode impactar diretamente o desempenho dos ativos e as estratégias de investimento, exigindo cautela e análise criteriosa por parte dos operadores.
Índices acionários encerraram em alta apesar de preocupações com o início do ciclo de corte nos juros
Os índices acionários encerraram a sessão em terreno positivo, com destaque para papéis de peso como a britânica Tesco, que apresentou ganhos expressivos. Os investidores estavam atentos aos dados de inflação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que superaram as expectativas do mercado, levantando preocupações sobre o possível adiamento do início do ciclo de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).
O índice Stoxx 600 registrou um avanço de 0,15%, atingindo a marca de 506,59 pontos; o Dax de Frankfurt teve alta de 0,11%, alcançando 18.097,30 pontos; o FTSE da Bolsa de Londres fechou em alta de 0,33%, atingindo 7.961,21 pontos; e o Cac 40, de Paris, recuou 0,05%, alcançando 8.045,38 pontos.
As ações da Tesco, impulsionadas pelo balanço trimestral da companhia que revelou um crescimento expressivo nas vendas e lucros, apresentaram valorização de 3,30%. Por outro lado, os dados de inflação nos EUA mostraram que o CPI subiu 0,4% em março em relação a fevereiro, superando as expectativas dos economistas consultados pelo The Wall Street Journal.
Com o CPI aumentando 3,5% em termos anuais, os investidores estão cada vez mais atentos às movimentações do Fed em relação ao ciclo de cortes nos juros. Segundo Jack Amy, analista da Moneyfarm, gestora de patrimônio digital europeia, a leitura robusta pelo terceiro mês consecutivo levanta dúvidas sobre um possível corte nas taxas em junho.
Além disso, a taxa de inflação do núcleo também apresentou alta, com acréscimo de 0,4% em março na base mensal. A taxa anual do núcleo ficou em 3,8% no mesmo mês. Essas informações alimentam as preocupações em relação às decisões futuras do Fed e impactam o cenário econômico global.
Apesar das incertezas, o suporte no mercado financeiro também foi impulsionado pelo desempenho positivo da HSBC Holdings, que registrou um avanço de 2,87%. Os investidores agora voltam suas atenções para a esperada decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) que será divulgada em breve, buscando entender os possíveis desdobramentos no cenário econômico internacional.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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