Investigados 10 servidores por agredirem propriedade rural e manterem família como refém. Atuação da inteligência polícia e força nacional no município. Penitenciária federal Mossoró.
Os detentos que realizaram a fuga da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, conseguiram escapar após ficarem sem revista nas celas por pelo menos um mês. A corregedoria da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) está investigando a conduta de 10 servidores por conta do incidente. A fuga dos presos gerou grande repercussão em todo o país.
A evasão dos presidiários expôs a fragilidade do sistema carcerário brasileiro, evidenciando a necessidade de melhorias urgentes no sistema de segurança. A possibilidade de uma nova escapada preocupa as autoridades, que prometem medidas mais rigorosas para evitar situações semelhantes no futuro.
Falta de revistas nas celas contribui para fuga de presos
A informação consta em uma IPS (investigação preliminar sumária) realizada pela corregedoria do órgão, que aponta que a fuga foi resultado de diversas falhas de procedimentos. Segundo fontes envolvidas nas buscas, a partir da próxima semana, vai haver uma mudança na estratégia de procura pelos fugitivos.
O tempo de permanência da Força Nacional no município não será renovado, haverá uso somente das forças locais, além de membros da inteligência da polícia.
Busca pelos foragidos completa 53 dias
A busca pelos dois presos completa 53 dias nesta quinta-feira (28). Nesse intervalo, Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Tatu ou Deisinho, já mantiveram uma família como refém, foram avistados em comunidades diversas, se esconderam em uma propriedade rural e agrediram um indivíduo na zona rural de Baraúna.
Utilização de chapinha para escapar
Os investigadores dizem acreditar que eles estejam atualmente escondidos em uma caverna na região, e um deles estaria mancando. De acordo com a IPS, a falha principal foi a ausência de revistas nas celas por um período mínimo de 30 dias, quando, conforme os procedimentos adequados, deveria ocorrer diariamente.
Isso resultou na incapacidade dos servidores de detectar o buraco que os presos estavam fazendo na luminária. Segundo investigadores, não foi possível determinar com precisão quantos tempo foi necessário para abrir o buraco, mas estima-se que tenha levado de três a quatro dias.
Falhas estruturais colaboraram com evasão dos detentos
Além das barras de ferro da própria cela, os presos utilizaram uma chapinha de 20 cm, localizada no buraco da porta, por onde eles recebem alimentos. Durante a investigação preliminar, foram colhidos depoimentos de 22 servidores.
São apontadas ainda falhas estruturais no presídio, como o uso de luminária com parafuso inadequado e a ausência de laje no shaft, como é chamado o espaço da manutenção do presídio, onde estão máquinas, tubulações e toda a fiação.
Situação semelhante ocorrida em 2018
Naquela ocasião, o preso não conseguiu sair e retornou à cela. As penitenciárias foram informadas sobre o ocorrido, e a penitenciária de Mossoró implementou o reforço na segurança das luminárias em 2018.
No entanto, foi utilizado um parafuso inadequado, o que também teria contribuído para essa nova fuga. A corregedoria da Senappen não chegou a investigar a tentativa de fuga de 2018 tendo em vista que a situação foi classificada como dano ao patrimônio.
A avaliação é de que a obra na área externa do presídio não foi determinante para a fuga, mas facilitou a saída dos detentos. Após a conclusão da investigação preliminar, a corregedoria instaurou três processos administrativos disciplinares envolvendo.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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