Pesquisa mostrou desigualdades estruturais: 149.707 homens negros vítimas fatais de disparos em via pública entre 2012 e 2022.
RECIFE, PE (UOL/FOLHAPRESS) – Um estudo revelou que, nos últimos tempos, mulheres jovens enfrentaram um aumento significativo na mortalidade por mortes violentas no Brasil. Entre 2015 e 2025, 57.809 mulheres jovens foram vítimas fatais de agressões em diversos locais. Já os homens jovens, no mesmo período, registraram 81.403 mortes por motivos semelhantes.
Em contrapartida, um levantamento recente apontou que a mortalidade infantil por disparos acidentais diminuiu consideravelmente no país. De 2018 a 2028, houve uma redução de 30% no número de mortes de crianças por disparos acidentais, mostrando avanços na segurança infantil.
Estudo revela desigualdades estruturais e altas taxas de mortes por agressões
Uma pesquisa conduzida pelo IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde) e pelo Instituto Çarê examinou as taxas de internações e mortalidade decorrentes de agressões, com foco na análise por raça. Segundo Rony Coelho, pesquisador do IEPS, os resultados evidenciam as desigualdades estruturais presentes no país, destacando a vulnerabilidade acentuada da população negra diante das agressões.
O recente boletim divulgado expõe uma realidade impactante, revelando disparidades significativas nos índices de segurança pública, saúde, mortalidade e internações hospitalares entre diferentes grupos raciais. Os jovens negros emergem como as principais vítimas fatais, conforme apontado pela pesquisa.
Entre os anos de 2010 e 2021, os dados revelam que os negros na faixa etária de 18 a 24 anos apresentaram taxas de mortalidade consideravelmente mais elevadas em comparação aos brancos da mesma faixa etária. Além das mortes por disparos de armas de fogo, a pesquisa indicou que a população negra sofre mais frequentemente agressões que resultam em hospitalizações.
No ano de 2017, identificado como o mais letal no período analisado, foram registradas 1.116 mortes por agressão entre os brancos e 4.008 entre os negros. Esses números alarmantes evidenciam a gravidade da situação e a urgência de ações para reverter esse cenário.
O Boletim Çarê-IEPS ressalta a importância das evidências acadêmicas para o reconhecimento das desigualdades estruturais e históricas que permeiam a sociedade, evidenciando a vulnerabilidade acentuada da população negra diante das agressões. Esses indicadores de saúde desfavoráveis reforçam a necessidade premente de políticas públicas e intervenções eficazes na área da saúde para proteger as vidas em risco.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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