Estrategistas do banco observam dados de inflação em mercados emergentes com surpresas no Brasil, apesar do estresse no mercado e elevação de juros.
Em meio à agitação no mercado financeiro, sobretudo devido à repercussão dos juros norte-americanos nos ativos locais, o Goldman Sachs veiculou uma sugestão de ação para lucrar com a desvalorização das taxas locais, especialmente no DI com vencimento em janeiro de 2026.
A volatilidade provocada pelas mudanças nas taxas de juros está impactando os investidores locais, levando-os a buscar alternativas para proteger seus ativos. Uma avaliação cuidadosa das projeções de juros pode ser crucial para navegar com segurança nesse cenário financeiro incerto, buscando oportunidades mesmo em meio à instabilidade das taxas locais.
Reflexões sobre o mercado de juros em países emergentes
Conforme afirmam os especialistas do banco americano, o recente aumento nas taxas de juros tem sido um tema frequente em várias nações em desenvolvimento, com destaque para o Brasil, onde a elevação foi particularmente acentuada. Esse movimento é atribuído a uma combinação de fatores, que incluem a estagnação na melhoria da inflação, a persistente deterioração das notícias fiscais e preocupações mais amplas sobre o impacto das pressões sobre as taxas nos Estados Unidos.
No entanto, os analistas observam que, apesar do estresse observado no mercado de juros, nos últimos dias os dados de inflação permaneceram relativamente estáveis em diversos mercados emergentes. Embora se tenha observado surpresas negativas em países como Polônia, México e Brasil, a perspectiva de histórias positivas em termos de inflação doméstica ainda oferece suporte.
É interessante notar que, embora o Comitê de Política Monetária (Copom) tenha adotado uma postura mais cautelosa, a precificação da taxa Selic ao final do ciclo econômico pelo mercado encontra-se elevada, em torno de 9,75%. A visão de que o ciclo de flexibilização chegará ao fim no terceiro trimestre pode ser precipitada, sugerindo a possibilidade de mais cortes nas taxas de juros.
Os especialistas apontam que o mercado já está precificando um prêmio de risco para futuros aumentos nas taxas no próximo ano, com um total de 0,75 ponto percentual de alta até 2025. Apesar das preocupações inflacionárias e fiscais, a abordagem defensiva do mercado provavelmente não perdurará se a inflação se mantiver estável, o real continuar resiliente e se aproximarem os primeiros cortes do Federal Reserve.
Diante desse cenário, os estrategistas recomendam uma aposta na redução das taxas do DI para janeiro de 2026. A recomendação foi iniciada com a taxa em torno de 10,07%, com uma projeção de queda para 9,20% e um mecanismo de stop-loss estipulado em 10,55%. Essa estratégia reflete uma análise cuidadosa das tendências atuais do mercado de juros e das perspectivas futuras, em um contexto de expectativas e cenários econômicos dinâmicos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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