Partido Trabalhista confirma vitória em votação para formar novo governo após Brexit, com ex-chefe-econômico do banco como primeira-ministra.
Os brasileiros estão acompanhando de perto a situação do Brexit no Reino Unido. Nesta quinta-feira, 4 de julho, os britânicos foram às urnas para eleger o novo Parlamento, marcando um momento crucial após a decisão de saída da União Europeia em 2016. O Brexit tem impactado não apenas a política, mas também a economia do Reino Unido.
Com a eleição, o país inicia um novo capítulo em sua história, buscando definir os rumos pós-Brexit. A saída do Reino Unido da União Europeia trouxe desafios e incertezas, mas também oportunidades de redefinição. A população britânica demonstra a importância de se adaptar a essa nova realidade pós-Brexit, em um cenário de mudanças e transformações constantes.
O Brexit e suas consequências para o Reino Unido
Oito anos após a decisão histórica de saída da União Europeia, os britânicos enfrentam desafios significativos, com poucos motivos para celebrar. As promessas feitas pelo Partido Conservador em relação ao Brexit não se concretizaram: a economia sofreu um revés, a imigração aumentou, a renda per capita diminuiu e os serviços públicos deterioraram. Além disso, o país ainda enfrenta obstáculos regulatórios para efetivar sua separação do bloco europeu.
Aproximando-se do desfecho do ciclo do Brexit, a votação recente aponta para uma vitória esmagadora do Partido Trabalhista, com uma vantagem de cerca de 18 pontos nas pesquisas de boca de urna em relação aos conservadores. Com uma maioria confortável, os trabalhistas estão prestes a eleger seu líder, Sir Keir Starmer, como o novo primeiro-ministro, sucedendo Rishi Sunak, do Partido Conservador, que ocupou o cargo por menos de dois anos.
A saída do Reino Unido da União Europeia foi um evento traumático, tanto economicamente quanto politicamente, resultando na queda do Partido Conservador e levando-o a uma situação de possível humilhação. George Magnus, pesquisador da Universidade de Oxford e ex-economista-chefe do banco UBS, resumiu o sentimento dos britânicos ao afirmar que o Brexit foi um desastre para o país.
Para ilustrar o impacto negativo da saída da UE, os britânicos criaram o termo ‘Breget’, uma combinação de Brexit com ‘regret’ (arrependimento em inglês), reconhecendo o erro que 65% da população admitiu em uma pesquisa. As consequências do Brexit ultrapassaram as fronteiras do Reino Unido, desencadeando uma onda populista que afetou a política em várias partes do mundo.
No cenário econômico, a separação do bloco europeu coincidiu com a pandemia e conflitos internacionais, resultando na pior crise econômica do Reino Unido em décadas. O Goldman Sachs estima que a economia britânica é atualmente 5% menor do que seria sem o Brexit. Desde 2016, o crescimento econômico do Reino Unido tem sido inferior ao de outros países do G-7, com uma perda de renda per capita anual superior a US$ 1 mil devido ao Brexit.
A partir de janeiro de 2021, quando o país saiu do mercado único e da união aduaneira, as exportações britânicas diminuíram 13%. O economista Magnus destaca a complexidade de avaliar o impacto específico do Brexit, considerando outros fatores como a pandemia e conflitos geopolíticos. Embora problemas como baixa produtividade, desigualdade e falta de investimento já existissem, o Brexit os agravou, contribuindo para a situação atual do Reino Unido.
Fonte: @ NEO FEED
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