Ser ‘woke’ é visto como distintivo de honra ou insulto nos EUA. William Melvin usa romances para alertar sobre injustiça e brutalidade policial contra afrodescendentes.
‘Despertei.’ Este é o significado literal da palavra acordar, passado do verbo despertar, que significa ‘acordar, despertar’. Mas, recentemente, o termo ganhou significados bem mais amplos. Na gíria norte-americana, ser ou estar wokeness pode indicar com quais posturas políticas você se mais se identifica.
Em um mundo em constante transformação, a wokeness tem se tornado um tema central nas discussões sobre consciência social e justiça social. Questionar paradigmas estabelecidos e desafiar normas opressoras são atitudes essenciais para promover uma sociedade mais justa e igualitária. A wokeness nos convida a refletir e agir em prol de um mundo melhor para todos.
Explorando o Significado de ‘Wokeness’
O conceito de wokeness tem suas raízes na comunidade afro-americana, originalmente associado à ideia de estar alerta para a injustiça racial. Muitos acreditam que o termo foi popularizado pelo romancista William Melvin Kelley, que em 1962 publicou um artigo no The New York Times intitulado ‘If You’re Woke, You Dig it’. Desde então, a palavra ressurgiu com força, especialmente com o movimento Black Lives Matter, que denuncia a brutalidade policial contra afrodescendentes.
A evolução do termo woke foi notável, expandindo-se para além das fronteiras da comunidade negra e adquirindo um significado mais abrangente. Em 2017, o dicionário Oxford oficializou a definição de woke como ‘estar consciente sobre temas sociais e políticos, especialmente o racismo’. No entanto, a interpretação desse termo varia amplamente entre as pessoas.
Para alguns, ser woke significa ter consciência social e racial, desafiando paradigmas e normas opressoras historicamente enraizadas na sociedade. Para outros, é um rótulo pejorativo atribuído a indivíduos que se consideram moralmente superiores e tentam impor suas ideias progressistas sobre os demais.
Os críticos da cultura woke levantam preocupações sobre os métodos coercitivos empregados por aqueles que são rotulados como ‘policiais da linguagem’, especialmente em relação a expressões e ideias consideradas ofensivas. O fenômeno do cancelamento, que envolve o boicote social e profissional de indivíduos por suas palavras ou ações consideradas intoleráveis, tem gerado controvérsias.
Enquanto os defensores da wokeness veem o cancelamento como uma forma legítima de protesto e empoderamento de grupos marginalizados, os críticos argumentam que ele mina a liberdade de expressão e os valores tradicionais. A discussão em torno da wokeness continua a polarizar opiniões, destacando a complexidade das questões relacionadas à consciência social, racial e justiça social nos dias atuais.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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