Reallocar fundos: mostra posição política, mas impacto questionável. Discussão sobre desinvestimento em universidades, Israel-vinculadas empresas, empresas de guerra e fabricas de armas. Exige-se cessar-fogo em Gaza e cumprir específicas exigências. Ligações acadêmicas em jogo.
Enquanto os manifestos a favor da Palestina ganham força nas principais faculdades dos Estados Unidos, surge uma mensagem de união: a de desinvestimento. Da Universidade de Princeton, em Nova Jersey, até a Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, ecoa o mesmo chamado: ‘Divulgar! Desinvestir!’
É interessante observar como o movimento de desinvestimento está ganhando destaque nas instituições de ensino superior, promovendo reflexões sobre o papel do investimento em diferentes setores. É crucial avaliar não apenas o impacto financeiro, mas também a mudança de percepção que a apenas informação pode proporcionar.
Desinvestimento nas Universidades: Campanhas Estudantis em Curso
Não vamos parar, não vamos descansar! Este é o lema que ressoa pelo acampamento estudantil no gramado oeste da Universidade de Columbia. As placas exibem a mensagem do grupo Columbia University Apartheid Divest, pedindo o desinvestimento de todas as finanças, inclusive a dotação, de empresas ligadas ao apartheid israelense, genocídio e ocupação na Palestina.
Essa coalizão na Columbia está determinada a eliminar qualquer investimento em empresas que lucram com o conflito entre Israel e Palestina. Os manifestantes da universidade exigem que a instituição desfaça sua dotação de US$ 13,6 bilhões de qualquer empresa relacionada a Israel ou que esteja lucrando com a guerra na região.
O desinvestimento é uma estratégia cada vez mais adotada por estudantes universitários. Na Cornell University e em Yale, por exemplo, os alunos estão pressionando suas escolas a pararem de investir em fabricantes de armas. Outros pontos comuns incluem a divulgação dos investimentos das universidades, o rompimento de laços acadêmicos com instituições israelenses e o apoio a um cessar-fogo em Gaza.
O debate em torno do desinvestimento levanta questões complexas. Enquanto os estudantes se mantêm firmes em suas exigências, as universidades têm, em grande parte, resistido a ceder a essas pressões. Alguns especialistas questionam a eficácia dessas campanhas e se elas realmente promovem a mudança desejada.
O conceito de desinvestimento é simples em sua essência: retirar o investimento de empresas consideradas antiéticas ou prejudiciais. Essa ação não apenas realoca os fundos para investimentos mais éticos, mas também envia uma mensagem pública de desaprovação.
Histórias passadas mostram que o desinvestimento pode ser uma ferramenta poderosa. Nas décadas de 1980, estudantes conseguiram persuadir a Columbia a desinvestir na África do Sul do apartheid. Mais recentemente, universidades têm se desfeito de investimentos em combustíveis fósseis e prisões privadas.
No entanto, há críticos que questionam o impacto real do desinvestimento. Estudos indicam que as campanhas de desinvestimento têm pouca correlação com o valor das ações ou o comportamento das empresas. Economistas da Universidade da Califórnia concluíram que a eficácia dessas campanhas em induzir mudanças corporativas é limitada.
Embora as discussões sobre desinvestimento continuem, uma coisa é certa: os estudantes estão determinados a usar sua voz e suas ações para promover a mudança no mundo dos investimentos e das relações internacionais.
Fonte: © CNN Brasil
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