O PIBB foi introduzido no mercado brasileiro com desempenho no IBrX-50, garantia de recompra e oferta eficaz para o varejo.
Em setembro de 2010, o BNDES lançou no mercado de capitais brasileiro o 1º FII (Fundo de Investimento Imobiliário – fundo listado em bolsa), por meio da oferta de cotas do XPML11 (XP Malls FII).
No sistema financeiro, a diversificação de investimentos é essencial para mitigar riscos e potencializar ganhos no mercado financeiro. Por isso, é importante considerar a inclusão de ações e títulos de renda fixa em sua carteira de investimentos.
Mercado de Capitais no Brasil: Desempenho do IBrX-50
O Fundo tinha como objetivo seguir o desempenho do IBrX-50, calculado pela B3, com base nas 50 ações mais representativas negociadas em seu pregão. A oferta inicial do PIBB foi direcionada principalmente aos investidores de varejo, com aplicações a partir de R$ 300. Os investidores contavam com a garantia de recompra pelo BNDES após um ano da aplicação, para desembolsos de até R$ 25 mil, garantindo a segurança do valor investido mesmo em caso de ausência de valorização das ações nesse período. Foi a primeira vez que um benefício desse tipo foi disponibilizado no mercado financeiro brasileiro.
Cerca de 25 mil pessoas físicas participaram da oferta, registrando o maior número de investidores em ofertas de varejo sem FGTS naquela época. Com essa iniciativa, o BNDES introduziu um novo e eficaz produto no mercado de capitais brasileiro, cumprindo seu papel de fomentar o desenvolvimento do mercado financeiro e facilitando a renovação de parte de sua carteira de renda variável.
O PIBB foi desenvolvido pelo BNDES em colaboração com instituições financeiras privadas como Goldman Sachs, Itaú e JP Morgan, com respaldo institucional da B3 e da CVM. Esse marco é significativo por diversos motivos, incluindo a demonstração de que não há uma oposição entre o mercado de capitais e o BNDES.
A história de contribuições do BNDES para o mercado de capitais é extensa e vai além desse produto, trazendo novas empresas e instrumentos para o mercado, agregando valor às empresas de sua carteira e promovendo a democratização do mercado financeiro brasileiro.
Comemorando os 20 anos do PIBB, é relevante destacar alguns dos desafios e incentivos enfrentados durante a concepção do produto. O mercado brasileiro carecia de produtos indexados eficazes, que oferecessem exposição ao risco das principais empresas brasileiras listadas na B3 com custos reduzidos e acesso simplificado.
A indústria de fundos mostrava pouco interesse em desenvolver esse tipo de produto, devido à prática de cobrança de altas taxas de administração em produtos voltados para o varejo, o que prejudicava a performance e resultava em rentabilidades inferiores ao benchmark para muitos investidores a longo prazo.
O contexto que precedeu o lançamento do PIBB foi crucial, com a redução da atividade no mercado brasileiro, fechamentos de capital e migração de liquidez para ativos em Nova Iorque. Essa situação impulsionou iniciativas para fortalecer o mercado brasileiro, ressaltando a importância da governança corporativa que culminou na criação do Novo Mercado, apoiado desde o início pelo BNDES.
Apesar do BNDES ter lançado recibos de carteiras de ações na Bolsa do Rio no passado, essas carteiras não possuíam rebalanceamento ao longo do tempo, perdendo naturalmente a correlação com o índice. Outra preocupação era a dependência excessiva do investidor estrangeiro para a liquidez dos ativos, destacando a necessidade de um maior equilíbrio com investidores locais no mercado financeiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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