Medidas sem eficácia comprovada contra o Aedes Aegypti podem ser perigosas e até colaborar para a disseminação da dengue. Medidas como limpeza semanal e retirar o acúmulo de água em locais como pratos com areia podem ajudar a prevenir a proliferação do mosquito.
A dengue continua sendo um grande problema de saúde pública no Brasil, com um aumento significativo no número de casos em anos recentes. Apenas em 2024, foram contabilizados mais de 1,6 milhão de casos suspeitos da doença e pelo menos 460 óbitos decorrentes dela no país. É crucial que as autoridades e a população em geral redobrem os esforços no combate ao mosquito Aedes Aegypti, principal vetor de transmissão do vírus da dengue.
O mosquito transmissor da dengue, Aedes Aegypti, é conhecido por se proliferar em ambientes urbanos e se reproduzir em recipientes com água parada. Por isso, é essencial eliminar possíveis criadouros do mosquito em nossas casas e locais de convivência. Além disso, é importante estar atento aos sintomas da dengue, como febre alta, dores no corpo e manchas vermelhas na pele, e procurar ajuda médica caso necessário. A prevenção e o combate ativo ao vetor são fundamentais para controlar a propagação da doença.
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Novos mitos sobre o combate à dengue: será que você sabe tudo?
Mas, nesse aspecto, há muita desinformação circulando, especialmente nas redes sociais. Pensando nisso, o Estadão falou com especialistas sobre os principais mitos sobre o combate à dengue e os seus riscos. Confira:
Os perigos da vitamina B12 no combate à dengue
Trata-se de uma vitamina importante para o organismo humano, mas que não tem eficácia comprovada na ação repelente contra o Aedes Aegypti – e até mesmo pernilongos. De acordo com o infectologista Renato Grinbaum, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o nível de absorção da vitamina B12 varia de pessoa para pessoa, o que torna o seu uso para afastar o mosquito da dengue ainda mais incerto.
A falsa esperança da borra de café no combate à dengue
É possível que você já tenha se deparado nas redes sociais com um vídeo ou uma imagem de uma solução caseira contra a proliferação do mosquito da dengue feita a partir de borra de café. Seja misturada com álcool ou sozinha, não existe comprovação científica a respeito do uso dessa substância contra a proliferação do Aedes Aegypti. ‘Nunca testaram isso sistematicamente e, quando falamos de uma doença tão grave como a dengue, não podemos confiar em hipóteses‘, alerta Grinbaum.
Repelentes naturais: ciência ou mito?
Citronela, andiroba e cravo da índia são substâncias populares nos chamados repelentes ‘naturais’ contra os mosquitos. De acordo com o Ministério da Saúde, entretanto, por não serem aprovados pela Agência Regulatória de Vigilância Sanitária (Anvisa), não há como confirmar a eficácia dessas substâncias na ação repelente contra os mosquitos. O Conselho Federal de Química (CFQ) vai na mesma linha: por não serem registrados na Anvisa, não há como garantir que foi usado um padrão ou que há compatibilidade entre os materiais usados na formulação desses produtos.
Alternativas fúteis no combate ao mosquito transmissor
A infectologista Lina Paola Miranda Ruiz Rodrigues, da Beneficência Portuguesa, cita ainda a aplicação de álcool ou alho direto na pele para afastar o mosquito transmissor. ‘Ambos não funcionam e podem causar problemas dermatológicos’, destaca.
Refutando os mitos: a verdade por trás das receitas caseiras
Um dos principais riscos da utilização dessas substâncias contra o mosquito transmissor da dengue é a falsa sensação de segurança, de acordo com a infectologista Raquel Stucchi, professora na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). ‘As pessoas se sentem protegidas e acabam não tomando os cuidados realmente efetivos contra a proliferação do mosquito, como tirar a água parada e lavar os recipientes’, diz.
Medidas eficazes no combate à dengue
A principal medida para combater a disseminação da dengue, de acordo com o Ministério da Saúde, é evitar o acúmulo de água parada, principal foco de proliferação do Aedes Aegypti. Algumas das recomendações incluem garantir que caixas d´água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados; guardar pneus em locais cobertos; utilizar areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal; guardar garrafas e baldes com a boca virada para baixo; limpar e retirar o acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e geladeiras; lavar as bordas dos recipientes com água e escova ou bucha.
Outras medidas para o combate à dengue, segundo a infectologista da Beneficência Portuguesa, são: o uso de telas mosquiteiras, roupas com maior cobertura da pele e repelentes elétricos. Sobre os repelentes de uso pessoal, a infectologista Rosana Richtmann, da SBI, destaca que os mais indicados são os que contêm icaridina ou DEET, em concentrações de 20% a 30%.
Fonte: @ Estadão
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