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Fabio Faccio, CEO da Renner, alerta que a guerra contra as plataformas asiáticas instalou vantagem de pagar menos impostos para quatro gigantes mundiais.
Nos últimos tempos, uma batalha intensa tem sido travada no cenário nacional. De um lado, varejo, indústria e, mais recentemente, sindicatos de trabalhadores. Do outro, quatro renomadas plataformas asiáticas como AliExpress, Shein, Shopee e Temu. As acusações de práticas fraudulentas e ilegalidades ecoam de um lado, enquanto os defensores argumentam que os brasileiros precisam se adaptar à competição estrangeira.
Enquanto isso, as empresas asiáticas continuam a expandir sua presença no mercado brasileiro, desafiando as estruturas tradicionais. A crescente popularidade dessas plataformas tem gerado debates acalorados sobre os impactos no comércio local. A competição feroz entre os players locais e as plataformas asiáticas está redefinindo o cenário do varejo no país, levantando questões sobre a sustentabilidade e a equidade no setor.
Impacto das Plataformas Asiáticas na Economia Brasileira
Independentemente das narrativas, a realidade é que as poderosas plataformas asiáticas têm uma clara vantagem ao pagar menos impostos do que as empresas nacionais, resultando em uma competição desigual. Desde 2023, quando foi instalado o programa Remessa Conforme, o governo zerou o imposto de importação para compras de até US$ 50. Esse movimento impulsionou de forma significativa a importação dessas plataformas, chegando a um montante estimado em R$ 50 bilhões desde então, enquanto as empresas nacionais viram seu espaço diminuir e, consequentemente, reduziram postos de trabalho.
Desafios para as Empresas Nacionais
Diante desse cenário, as empresas asiáticas continuam ganhando terreno, o que levou a Câmara a incluir no programa Mover, da indústria automotiva, uma taxação de 20% sobre essas plataformas. Nos bastidores, houve uma guerra de interesses, com o presidente Lula manifestando sua posição contra uma taxação maior do que 20%, argumentando que a população precisa de produtos acessíveis.
Posicionamento das Empresas Asiáticas e Nacionais
Alguns dos grandes players do setor alegam que as empresas asiáticas estão distorcendo a realidade nas redes sociais, beneficiando-se de uma narrativa que não condiz com a verdade. Fabio Faccio, CEO da Renner, aponta para gigantes como Shein, Shopee, Temu e AliExpress, destacando seu faturamento bilionário e alcance global. Segundo Faccio, a questão vai além de roupas e acessórios, abrangendo eletrônicos, medicamentos e outros produtos.
Desdobramentos Políticos e Econômicos
A votação no Senado está marcada para terça-feira, 4 de junho, seguida pela decisão do presidente da República em sancionar ou vetar a medida. Mesmo se aprovado, o imposto de 20% não resolve a disparidade entre produtos nacionais e internacionais, levando Faccio a defender uma taxação federal entre 45% e 60%, além do imposto estadual entre 22% e 25%, visando a isonomia e a coibição de fraudes.
Continuidade da Disputa e Perspectivas Futuras
A batalha entre empresas nacionais e asiáticas parece longe de um desfecho, com questões como fraude, ilicitudes e a necessidade de regulamentação ainda em pauta. A discussão em torno das plataformas asiáticas continua acalorada, com os industriais e varejistas brasileiros buscando equilibrar a concorrência e garantir a justiça fiscal no mercado nacional.
Fonte: @ NEO FEED
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