Craques, acordos máster e divergências marcam relação histórica de patrocínio entre os clubes. Separação completa após divergências.
No camarote do Estádio Nacional Mané Garrincha, em 2015, Ana Lima e Rafael Costa celebravam o sucesso de uma parceria estratégica. Entre brindes e conversas animadas, foi formalizado um novo acordo de patrocínio. A assinatura da empresária ecoou pelo ambiente, oficializando o patrocínio máster da equipe local por mais duas temporadas.
Com esse importante patrocínio assegurado, a equipe local pôde expandir suas atividades e projetos, proporcionando maior visibilidade e engajamento com os torcedores. O financiamento extra também permitiu a contratação de novos talentos e a implementação de tecnologias inovadoras no centro de treinamento do clube.
Rubrica do então acordo patrocínio máster no Fluminense
Fluminense e Unimed estavam unidos em uma parceria de sucesso por 15 anos. Comandados por Celso Barros, que fornecia um significativo aporte financeiro, a empresa de saúde contribuiu para a ascensão do Tricolor, possibilitando a conquista de diversos títulos expressivos. Essa colaboração resultou em vitórias marcantes, tendo sido fundamental para o resgate do clube e sua consolidação no cenário esportivo nacional. Jogadores renomados como Romário, Edmundo, Fred e Deco foram parte desse legado, contribuindo para o brilho das Laranjeiras.
Separação completa 10 anos do acordo de patrocínio
O desfecho desse acordo de patrocínio máster foi marcado por um momento simbólico que representava a última fase feliz na relação entre as partes envolvidas. A partir dali, questões políticas e empresariais passaram a ser fonte de desavenças, culminando no encerramento de uma das parcerias mais emblemáticas do futebol brasileiro. A celebração dos 10 anos desde a separação completa, em 2024, traz à tona memórias de um período de glórias, mas também de desafios e divergências que contribuíram para o desfecho da união.
A Unimed se comprometeu, em um dos últimos contratos firmados, a disponibilizar um mínimo de R$ 15 milhões para investimentos em contratações e salários de jogadores do Fluminense. Anteriormente, os valores envolvidos na parceria eram substancialmente superiores a essa quantia. Estima-se que, entre 2010 e 2012, tenha havido um investimento recorde de R$ 150 milhões anuais. Nesse período, o jogador Conca chegou a receber vultosos R$ 750 mil, há 14 anos atrás.
O desafio do clube se tornou evidente com a dependência financeira resultante desse financiamento. A crítica em relação à falta de estrutura e profissionalismo no Fluminense se tornou recorrente, revelando a fragilidade exposta após o rompimento do vínculo com a Unimed. A rescisão do contrato ainda repercute na atualidade, demonstrando as consequências duradouras de uma parceria que, embora tenha impulsionado o clube, deixou marcas profundas em sua gestão.
A dinâmica estabelecida pela Unimed Participações, na qual o investimento estava atrelado à aquisição e gerenciamento de jogadores, refletia uma relação de dependência que comprometia a autonomia do Fluminense. A divisão desigual dos ganhos provenientes das negociações de atletas evidenciava a subordinação do clube aos interesses da patrocinadora. O lucro expressivo obtido com a venda de jogadores, como Conca, evidenciava a natureza desigual desse acordo.
Apesar do sucesso esportivo conquistado, a não renovação do patrocínio pela Unimed surpreendeu muitos. A justificativa de uma crise financeira na empresa foi dada como motivo para o fim da parceria. A necessidade de cortar gastos para sanar as contas levou à decisão de encerrar o vínculo com o Tricolor, evidenciando a fragilidade dos laços estabelecidos no mundo do futebol, onde o patrocínio, essencial para a sobrevivência dos clubes, pode oscilar conforme as circunstâncias financeiras das partes envolvidas.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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