Brasileiro condenado por agressão sexual tem potencial econômico para sair da Espanha e há risco de fuga, enquanto decisão do tribunal permite liberdade provisória.
Juliano Silva, representante legal do envolvido no incidente com Daniel Alves, reforçou que a situação atual não indica uma possibilidade iminente de fuga do atleta. Os advogados do lateral brasileiro conseguiram a liberação provisória mediante algumas condições impostas pela Justiça, inclusive a proibição de deixar o país e a entrega dos documentos de viagem.
O jogador brasileiro está confiante na resolução do caso e agradeceu o apoio dos fãs nas redes sociais. Inclusive, a defesa de Daniel Alves reforçou a inocência do atleta em relação às acusações e destacou a importância das investigações prosseguirem de forma justa e imparcial.
Daniel Alves: potencial econômico e risco de fuga
Ele havia sido condenado a quatro anos e meio de prisão por agressão sexual. O Brasil não tem extradição e aqui está o grande risco. Daniel Alves não tem passaporte, mas tem potencial econômico suficiente para viajar sem passaporte. Insisto nisso: é uma pessoa que tem um entorno que nenhum cidadão comum tem. Não sei (como conseguiria fugir), um avião particular…
Liberdade provisória e decisão do tribunal
Não vou dar ideias, mas poderia ir de carro a um outro país e então pegar um avião – comentou Ester García, ao canal catalão ‘TV3’, nesta quinta-feira. Ao canal ‘Telecinco’, a advogada contou que a vítima está desapontada com a possibilidade de Daniel Alves deixar a prisão neste momento. Ela está muito indignada, muito desesperada e muito frustrada, como eu. Não encontro explicação jurídica para esta resolução. Ela sente que acreditaram nela, mas desde ontem sente que todo seu esforço não serviu para nada.
Risco de fuga e prisão preventiva
Por maioria de votos, o tribunal decidiu deixar o jogador brasileiro Daniel Alves fora da prisão enquanto os recursos da sentença são julgados, mediante fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,45 milhões), entrega dos passaportes brasileiro e espanhol, e afastamento de 1km e incomunicabilidade com a vítima, além de não deixar a Espanha e se apresentar ao tribunal semanalmente. As partes têm três dias para recorrerem dessa decisão. Na decisão, o tribunal explicou que a prisão preventiva exige ser ‘objetivamente necessária’ e que ‘ou não existam outras medidas menos onerosas que possam ser adotadas ou dure o tempo mínimo imprescindível’ para todo o processo. Sobre o risco de fuga, apontou ‘levar em conta as circunstâncias pessoais do réu para avaliar a necessidade de manutenção’ da prisão preventiva. O único voto contrário foi de Luis Belestá.
Disputa judicial e transferência de dinheiro
Daniel Alves está com as contas bloqueadas no Brasil devido a uma disputa judicial com a ex-esposa, Dinorah Santana. Na Espanha, houve bloqueio de valores desde a acusação de agressão sexual. Durante o julgamento, Inés Guardiola, advogada do jogador, afirmou que o brasileiro tinha uma dívida de 500 mil euros (R$ 2,7 milhões) com o Ministério da Fazenda espanhol e duas contas no país, sendo uma com 50 mil euros (R$ 272 mil) e outra com saldo negativo de 20 mil euros (R$ 109 mil). De acordo com o jornal catalão ‘La Vanguardia’, Daniel Alves vai recorrer novamente a Neymar da Silva Santos, pai de Neymar. Foi dele a transferência dos 150 mil euros (R$ 817 mil), encaminhados à Justiça espanhola como indenização antecipada à denunciante, segundo o portal ‘Uol’ – confirmou, em entrevista à CNN, essa doação como ‘ajuda a um amigo’. Ainda segundo o diário espanhol, o pai de Neymar se colocou à disposição do jogador para ajudá-lo financeiramente no processo. O dinheiro também poderia ser proveniente de uma indenização do Ministério da Fazenda espanhol.
Recurso judicial e decisão do tribunal
No fim de fevereiro, o jornal catalão ‘La Vanguardia’ informou que Daniel Alves receberia 1,2 milhão de euros (R$ 6,5 milhões) do órgão, em ganho de causa contra o Fisco do país. Ele discordava da tributação dos valores cobrados pelos serviços de intermediação do agente Joaquín Macanás, na altura da renovação de contrato com o Barcelona entre 2013 e 2014. Todas as partes recorreram da sentença: a defesa do jogador pede absolvição; o Ministério Público e os advogados da vítima demandam pena máxima, de 12 anos.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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